segunda-feira, 26 de março de 2007

Tasquinhas (Rio Maior)

Decorre desde o dia 23 de Março e até ao próximo dia 1 de Abril, paredes meias entre o Ribatejo a Estremadura, ou seja, em Rio Maior, o certame Tasquinhas 2007.
Uma organização da Autarquia riomariorense, que conta já com duas décadas de existência, esta mostra gastronómica dedica o seu espaço ás associações do concelho no sentido de promover a gastronomia da região.
Esta é uma oportunidade para degustar alguns dos petiscos regionais, tais como: molhinhos, morcela de arroz, bacalhau com batata a murro, coelho á caçador, favas guisadas com entrecosto, fritada com arroz de feijão, cabidela, moelas, tripa assada, pataniscas de bacalhau, sopa de pedra, mas também pratos tão comuns como batata pré-frita.
A doçaria, artesanato, enchidos, queijos e uma amostra do tecido empresarial da zona centro fazem também parte deste evento.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Bochechas de Bacalhau em Molho Escabeche



Como é sabido, são tantas a formas de cozinhar bacalhau quantas as posições do Kama Sutra. Esta é no mínimo invulgar mas muito confortável, a receita.

São precisas bochechas de bacalhau, azeite, alho, 1 cebola e vinagre de vinho tinto.
O bacalhau, tal como os carros, também é vendido desmontado e à peça. Vendem-se línguas, caras, bucho, badanas e as bochechas retiradas à cara do animal. Só não vendem orelha de bacalhau porque ele não as tem. Encontras este “Kit de Bacalhau” em revendedores deste peixe, não nos hipermercados.

Como é que se faz as coisas:
Depois de demolhadas, frita as bochechas em azeite e alho. Retira e reserva-as numa travessa. No mesmo azeite espeta-lhe com a cebola em rodelas e deixa alourar. Acrescenta um esguicho bem generoso de vinagre e deixa evaporar. Coloca o escabeche por cima do bacalhau e serve com couve cozida e batata.

terça-feira, 13 de março de 2007

Tortilla

As tortillas são uma excelente forma de reaproveitar e dignificar a batata. São um petisco muito bom e fácil de executar, ideal para um lanche. A base para a tortilla é a batata e o ovo, mas também alguma criatividade em aproveitar ingredientes. Para esta utilizei o que tinha à mão e foi o seguinte: Algumas batatas cozidas que havia reservado no frio, facto imperativo para a resistência da batata face às agressões de um salteado na frigideira, meia cebola em juliana, 2 tomates vermelhos e rijos ou seja, com tomates, uns pedaços de pimento vermelho, um pouco de alho francês, sal e pimenta.

Como é que se faz as coisas:
Numa frigideira anti-aderente e larga, cozinha ligeiramente estes ingredientes com um pouco de manteiga e sem mexer demasiado. Este ponto é importante para que os ingredientes adquiram um tom tostado ou gratinado, o que lhes confere uma textura muito mais atraente no final. Por exemplo, em muitos pratos, as aves são previamente salteados até que a pele ganhe uma coloração dourada, com laivos de queimado, o que se mantém até ao final, mesmo depois de submetidas a outros passos na confecção do prato, mas o aspecto final é muito mais apelativo. Posto isto, voltemos ao que interessa. Espeta-lhe agora com 3 ou 4 ovos batidos, tempera com sal e pimenta e deixa cozinhar até ganhar alguma resistência por baixo. De seguida, com outra frigideira invertida, ou com uma enorme habilidade para fazer panquecas, vira a tortilha para cozinhar do outro lado. Podes acrescentar queijo aquando do ovo, o que é motivo de orgulho para o próprio queijo.
Este petisco é mesmo, mas mesmo muito bom com cerveja Guinness ou outra do tipo “Ale”, que são cervejas mais espessas e de sabor torrado, o que, para mim, myself and I, é aquilo a que se chama um casamento perfeito, se é que isso existe.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Diz que é uma espécie de Soufflé




Sobre a carne que se vê na imagem não vou falar. São umas costeletas de cebolada mas pode ser qualquer outra carne desde que estufada com muita molhanga.

O acompanhamento ao lado, esse sim, merece toda vossa atenção.
Por vezes chego a casa ao fim da tarde, já com o grão na asa e começo a improvisar na cozinha. É quando sai melhor. Desta vez, o resultado foi qualquer coisa como um soufflé de legumes.

Ora vamos lá então…
Numa panela com água e sal, espeta-lhe com uma 1 cebola, 2 dentes de alho, 2 cenouras, 3 batatas, ½ alho francês, 1 courgette e deixa cozer. Escorre, tritura com a varinha mágica, junta 3 ovos, uma pitada de pimenta e de nós moscada, acrescenta um pouco de farinha e mexe com uma colher de pau até obteres uma massa semelhante à dos bolos. Coloca este preparado num tabuleiro previamente untado com manteiga e polvilhado com farinha e leva ao forno com queijo ralado no topo.
Ó meu amigo… Qual puré de batata qual carapuça! Isto é mais fácil e muito mais saboroso, já para não falar na apresentação. Quando servires uma fatia deste “bolo” à tua amada, verás que as dores de cabeça e todas as indisposições darão lugar a uma fome insaciável. Isto é melhor que uma terapia de casal. Se isto não resultar, troca de mulher. Ela não te merece.

terça-feira, 6 de março de 2007

Sabores d`Aldeia (Cadaval)

Numa noite em que a irracionalidade musical me levou para zonas que desconhecia, eu e os meus companheiros de pauta, enveredamos por uma aventura em busca dum local para comer algo mais que uma bifana ou um bitoque. Depois de verificarmos que a sugestão de restaurante de um dos compinchas se encontrava encerrada, sem saber como ou porquê, o alcatrão levou-nos até um restaurante de beira de estrada rodeado por stands de automóveis e outras superfícies comerciais típicas de uma estrada regional com movimento. Estacionamos. Dirigimo-nos à entrada e deparamos com uma sala grande e fria, talvez por estar vazia, tendo em conta o número de lugares disponibilizados e…livres.
Escolhida a mesa, pedimos umas imperiais para por fim à desidratação causada pela rotação dos pneumáticos no alcatrão, e fomos presenteados por azeitonas e pão dignos de uma vénia de agradecimento. O frio foi-se encolhendo e deu lugar à lista de comezainas. Coelho à caçador, polvo à lagareiro, veado na púcara, vitela à padeiro, pato no forno entre muitas outras propostas que começavam nos grelhados e acabavam em pratos de peixe.
Como a hora já ia avançada e as refeições servidas ao jantar não entusiasmaram a mão-de-obra da cozinheira, foi-nos sugerido o pato no forno.
Tal como o serviço informal e bem intencionado sugeriam, o pato no forno estava bem cozinhado, mantendo todos os sucos da carne, bem temperado – sem exageros de especiarias – com a textura certa e pele estaladiça.
Ao contrário do vinho, das azeitonas e do pão de trigo e de passas que acompanharam o repasto, as batatas fritas que ladeavam o pato fizeram com que a ave não tivesse sido convenientemente coadjuvada nesta proposta relativamente bem sucedida. Tal como já expliquei noutras oportunidades, as batatas fritas que - só por si - me fazem voltar a um restaurante devem ser,… aliás, não devem ser pré-fritas nem ultracongeladas, mas sim, daquelas batatas teimosas que dão trabalho a descascar e a cortar aos palitos não homogéneos. Essas sim, se fritas da forma correcta servem de bilhete de regresso, pois para além da sua textura estaladiça por fora e húmida por dentro, fazem do nosso palato um brinquedo vulnerável nas mãos deste tubérculo.
O arroz de manteiga estava no ponto não deixando margem para grandes negativismos.
Terminado o prato principal, foi-nos sugerido o doce da casa que foi petiscado por três colheres, colheres essas, que devido à falta de essência e substancia da dita sobremesa caseira, foram abandonando a taça ainda coberta de chantili de lata e por um palito de la renne empapado.
Seguiu-se o café e os digestivos a gosto, a conta, o pagamento e o regresso ao alcatrão que nos levaria de regresso ao espaço onde iria ser cometido o crime musical de qualidade muito similar às batatas fritas que adornaram o prato no final do jantar.

Detrás da orelha: Pato no forno, azeitonas e pão.
Desenxabido: Batata frita e doce da casa.
Pontuação: Come-se
Preço: Uma pechincha

Sabores d`Aldeia, Estrada nacional 115 – Casarão (Cadaval). Tel. 262 744 264
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