sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sabores do Rio (Pedrogão do Alentejo)

Pedrogão do Alentejo, uma povoação do concelho da Vidigueira, vai acolher de 24 a 26 de Setembro mais uma edição do Sabores do Rio, um festival gastronómico, que, tal como o nome indica se dedica às coisinhas boas do rio.
Quem visitar Pedrogão do Alentejo durante estes três dias pode contar com tasquinhas, música cantares alentejanos, passeios de canoa no Guadiana para além de uma valente caldeirada de peixe de rio e de uma "Rota dos Sabores do Rio" pelos restaurantes, tascas, botequins e tabernas da freguesia.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Taberna do Manelvina (Cruzes)


Ali para os lados das Caldas da Rainha (nem sei bem onde) fui visitar o que me disseram ser uma "taberna/churrasqueira, toda ela, com as paredes forradas a caixas de vinho". Estava preparado para tudo pois quem sugeriu o local é de "boa boca".

A Taberna do Manelvina não complica as coisas, simplificando e eliminando as paneleirices que estão hoje muito na moda. Ali come-se. Quem quiser moda e design terá que ir a outro sítio e na verdade também não vai fazer lá falta!

O tiro de partida é feito com entremeadas cortadas muito fininhas, costeletas de porco preto, febras de porco preto, tudo grelhado com um molho secreto, e ainda farinheira, chouriço e morcela de arroz. Acompanham com uma salada de tomate, cebola e pimento bem picadinhos, com um tempero de "se lhe tirar uma loja de chapéus".

A salada de tomate é realmente divinal mas o melhor de tudo são as batatas fritas, cortadas à mão, em tamanhos disformes e com um textura estaladiça por fora mas delicada por dentro.

Para quem ainda não estiver satisfeito há costeletinhas de borrego, diversas peças de vitela grelhada, bife de touro (aconselho), sardinhas, bacalhau assado e um inesquecivel cozido de carnes bravas.

Vinhos que entusiasmam não faltam e também há digestivos da casa, que não aprecio, a que chamam cachecol e água do luso, mas que não são mais que bagaçeira amarela e moscatel.

Detrás da orelha: Batatas fritas e salada de tomate
Desenxabido: Cachecol e água do luso
Pontuação: Bom
Preço: Justo

Taberna do Manelvina, Rua Principal Nº21, Cruzes (Caldas da Rainha)
Contactos: 262870014 , 262870011 , 917221062, tabernadomanelvina@gmail.com

sábado, 18 de setembro de 2010

Folhadinhos de feijão encarnado ou farinheira

O que fazer com sobras de feijão encarnado cozido? Pois bem. Muita coisa se pode fazer mas se tivermos à mão massa folhada, bacon, pimento vermelho e queijo de cabra, tudo pode acontecer.

Tritura-se o feijão e coloca-se numa frigideira com azeite, bacon em cubinhos, pimento vermelho picado, sal, picante e pimenta. Vai-se reduzindo sem parar de mexer até opter uma pasta bem consistente.

Se, sem estar à espera aparecerem mais pessoas, pode fazer render o peixe recorrendo a farinheira, queijo mozzarela, salsichas, mostarda e uma salada mista para acompanhar. Cortam-se pequenos quadrados de massa folhada e recheam-se uns com pasta de feijão e queijo de cabra, outros com farinheira e queijo mozzarela e outros com salsicha, queijo flamengo e umas lágrimas de mostarda.
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Antes de levar ao forno deve-se pincelar os "folhadinhos" com água bem fria para depois deixar ao forno durante cerca de trinta minutos a 230 graus.
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Pode servir com entrada, petisco, canapé ou, como aconteceu aqui em casa, como refeição desde que acompanhado por legumes ou saladas.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Figos com mel, queijo de cabra e chouriço


O dia passado a apanhar e a roubar fruta já está a dar resultados. Uvas, maçãs, pêras, pêssegos, figos, tomates cereja, courguetes, foi o que me foi posto à disposição para apanhar e trazer para casa. Durante a apanha, passei próximo de uma vinha carregada de uva branca e, sem que me tenha apercebido, quando fui a dar por ela já tinha quatro cachos na mão.

Com os figos que sobraram, de cerca de dez quilos que resultaram da safra, resolvi improvisar. Abri os figos, cortei duas rodelas de queijo de cabra, cortei rabanetes e duas rodelas de chouriço temperado, enchido e fumado pelas minhas mãozinhas e "esmigaçado" por um grupo de camaradas. Cortei fiambre e presunto em "juliana", duas metades de tomate cereja, um raminho de coentros, salpiquei com sal e pimenta e despejei por cima de tudo isto duas colheres de sopa de mel que o Vítor Chaga me ofereceu e que tem origem nas abelhas que ele ama mais que tudo.

O resto fica para a história.

domingo, 12 de setembro de 2010

Sopa lusoriental


Há já alguns anos que ando a testar alguns sabores das sopas orientais tentanto depois utilizá-los nas minhas próprias criações. Inicialmente usava massa de arroz mas desta vez resolvi testar o comportamento da aletria e, deixem que vos diga, a coisa correu muito bem.
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Numa panela com água acrescenta-se sal e um caldo de galinha. Quando levantar fervura junta-se a aletria que irá cozer cerca de três minutos. Terminados os três minutos coloca-se a aletria em água fria e reserva-se o caldo da cozedura.
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Ao caldo da cozedura junta-se molho de soja, molho de ostras, alho picado, gengibre picado e cebola picada. À parte corta-se courguete aos cubos, cenoura, pimento e alho francês laminados e também restos de carne, delicias do mar, lulas ou todos eles. Pega-se em cogumelos laminados e milho doce para depois terminar a sopa.
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Em tigelas "almoçadeiras" individuais coloca-se a aletria, uma folha de alface e todos os outros ingredientes previamente preparados. Para terminar, enche-se o espaço que resta da tigela com o caldo bem quente. Não se preocupem porque, apesar dos legumes estarem crus, o caldo tratará de os deixar bem tenrinhos.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Hoje houve pipis

Pois é! Continuam a dar à costa as mais variadas oferendas. Desta vez foram dois quilos de vísceras e pezinhos de frango (miúdos de frango) que me apareceram aqui em casa vindos das Caldas da Rainha.
As pessoas falam das pilinhas das Caldas mas esquecem-se que nessa cidade da Estremadura não há só pilinhas. Também há pipis e muito jeitosos. E por aqui me fico.

Chegados os miúdos (pescoço, pezinhos, figado, coração, moela, etc), lavam-se em água abundante para depois se salpicarem com sal grosso. Num tacho generoso coloca-se muita cebola fatiada, alho picado, louro, tomate maduro esmagado, uma mini Sagres, pimenta, picante e sal. Liga-se o lume e assim que o tacho começar a fazer "xinfrim" juntam-se todos os miúdos do frango. Agora é só esperar mais ou menos uma hora pondo os miúdos a mexer de quando em vez.

Os pipis são normalmente acompanhados com cerveja ou vinho, pois servem como petisco/entrada/mata-bicho mas achei por bem fazer deles uma refeição ladeando-os com arroz e pão para encharcar em molho. Atenção que nunca devem acompanhar os miúdos com pedófilos. Dizem as más linguas que pode provocar diarreia. Vá-se lá saber porquê!

Feira da cebola em Rio maior

sábado, 28 de agosto de 2010

Prazeres - Gin Hendricks


O Hendrick’s está para os gins como o tema Little Wing está para o Blues.
Não vale a pena dizer mais nada.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Arroz galucho

Desta vez "aterrou" aqui em casa um galo caseiro que viajou setenta quilómetros para se enfiar no meu tacho. Natural de São Vicente do Paúl, este galo chegou-me às mãos já "depilado", com uma pele sedosa em tons amarelo-torrado e acompanhado pelas respectivas vísceras.

Raramente estou com a Ti Maria Ciboila (não mais que uma ou duas vezes por ano) mas, mesmo assim, continua a fazer chegar à minha casa autênticos fretes de feijoada de caracoletas, abóboras, aguardente velha do Ti Tóino Miguel, broas, ovos, patos e, desta vez, um galo caseiro.
Por mais que agradeça à Ti Maria Ciboila nunca será demais.

Sem grandes merdas pensei logo em fazer galo de cerveja com esparguete para o almoço mas lembrei-me que o Vaz referiu - no dia em que enfardamos os pezinhos picantes com grão - que gostava muito de arroz. Vai daí resolvi fazer um arroz malandrinho (ou maroto como diz o meu maivelho) com o galo e vinho tinto.

Parti metade do galo e todas as vísceras em pedaços (uma perna deu três pedaços), coloquei no tacho com azeite do Montagudo (lugar de uma aldeia no Ribatejo), que também me apareceu em casa, juntei cebola picada, alho picado, duas folhas de louro, 20cl de vinho rosé, 2ocl de água, dois tomates bem maduros e umas salpicadelas de caril, açafrão e colorau picante. Deixei ao lume durante 50 minutos.

Passados os 50 minutos, juntei 25cl de vinho tinto, 25cl de água, deixei levantar fervura e acrescentei o arroz. Dez minutos depois estávamos sentados a enfardar o arroz de galucho com pão do Leiteiro (o padeiro que todos os dias deixa o pão em minha casa) e tinto ribatejano. Todos repetiram excepto eu.

Da outra metade do galo ninguém sabe o paradeiro mas, dizem as más línguas, anda a monte à procura de serrabulho.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Pezinhos picantes com grão e farofa de banana

O que é que um gajo faz quando vai ao congelador buscar uns nacos de vitela e descobre uns pezinhos de porco que sobraram de uma feijoada feita há mais de três meses? Ainda pensei em fazer pezinhos de coentrada mas como a gaja cá de casa só gosta de lambuzar o pão no molho, sem tocar na xicha, abandonei essa ideia.

Mais uma vez, como é hábito, abri as portas do despenseiro para me inspirar e reparei que na prateleira de cima estavam duas latas de grão de bico, na prateleira do meio uns restos de farinha de mandioca e algum arroz carolino. Estava a correr bem.

Abri o "figurífico" (como dizia a minha Avó) e dou de caras com despojos de bacon, meio chouriço, duas cenouras e bananas. Vai daí, fui buscar o tacho, antes que passasse a "tesão do mijo", piquei alho, cebola, cortei a cenoura e o chouriço em rodelas generosas, juntei três folhas de louro, uma malagueta pequenina mas muito "rabina" e um pequeno derrame de azeite. Liguei o fogão.

Enquanto o tacho fazia aquele barulhinho maravilhoso do refogado, parti os pezinhos já descongelados e usei-os como surdina da festa que estava a acontecer dentro do tacho. Acrescentei 15cl de um rosé de produção caseira, que está a morrer dentro de um bag-in-box, sal, as duas latas de grão e deixei apurar em lume brando.

Enquanto isso, piquei bacon, coloquei-o numa frigideira bem quente, arremessei-lhe farinha de mandioca para cima que, quando começou a amarelar, levou com umas valentes rodelas de banana em cima para não se armar em fina. Depois foi só sevir os pezinhos com o grão e espetar-lhe com a farofa por cima (para ver se o molho engrossa). Acompanhei com arroz de manteiga, pão (do bom), vinho tinto e boa companhia que, apesar de não gostar de pés de porco, não se queixou de nada.

Ilha das Amoras do Silvestre


Uma combinação perfeita com sabor da ilha dos Açores, ... Queijo da Ilha de S. Jorge com Compota de Amoras Silvestres... como entrada, saida ou só para acompanhar um momento interessante de televisão!

A receita da Compota, não é da nossa responsabilidade, mas sim do Forum pimentas.org, - https://www.pimentas.org -. Foi a receita mais apetitosa que encontrei deste maravilhoso e cobiçado fruto.
"...é com enorme prazer que dou a conhecer algumas receitas da minha ilha (São Miguel). Deixo aqui a receita de Doce de Amora Silvestre, doce muito comum aqui na minha ilha, onde no final do Verão muitas pessoas vão colher estes frutos para assim fazerem este doce caseiro... lave bem as amoras e retire as grainhas, com as mãos esmague bem as amoras, há quem as triture na máquina, mas com as mãos fica bem melhor. Por cada kg de amoras adicione 800gr de açúcar e leve a lume brando a cozer, depois de cozido deixe esfriar e coloque em frascos comuns esterelizados..."
E para acompanhar o belo do queijo da Ilha de S. Jorge, em finas fatias para não sobrepor o gosto à compota. Estes produtos encontram-se disponíveis na baixa lisboeta, ali na Rua de S. Julião. Um autêntico serviço de promoção da região.

Bom proveito

Sabores, cores e mau olhado!


Na minha última viagem a Barcelona, confirmei, mais uma vez, que o olhos comem mais que a barriga. O aspecto das coisas, pessoas, enfins levam-nos a viagens sensoriais, que na realidade, não são mais que uma viagem ao rio judeu, no Seixal! Bonitos, mas mal cheirosos e com um sabor a qualquer coisa podre. Se olharem com atenção para a foto, vão perceber o que quero dizer. Pratinho todo bem decorado e tal, com um molhinho a saber a químico, rega aqui rega ali, coloca uma folhinha, que nem viu água, mesmo em cima da ginja e tal.... Fui enganada e não gostei... paguei 3,20 euros por esta "tarte" e tal como o resto da loja, só coisinhas bonitas de encher o olho, não sabem a nada de jeito! Estou revoltada e aconselho-os a pensar no assunto, as coisas bonitas sabem mal. Tenho dito!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Como fazer vinagre com restos de vinho tinto?

Em resposta à pergunta que a Sofia fez aqui, cá vai uma maneira (a minha) de fazer vinagre com restos de vinho tinto.
Cada pessoa tem a sua técnica e "temperos" mas na prática a coisa resume-se, mais ou menos, em fazer com os restos de vinho, que guardo num garrafão de cinco litros, o mesmo que tem acontecido com a relação Sócrates/Passos Coelho, ou seja, dar-tempo-ao-tempo até azedar.

Para a coisa azedar faz-se o mesmo que o Ministério da Educação faz aos professores e que é andar sempre a saltar de sítio-em-sítio. Ora está à sombra em locais frescos ou lhe retiro o "rolhão" (um pedaço de pano que uso para tampar o garrafão, deixando-o respirar mas evitando que a mosquitada penetre e estrague tudo) ou o coloco à "torreira" do sol. Com estas trocas-e-baldrocas o vinho vai avinagrando até ficar no ponto.

Obviamente, dou-lhe sempre o meu toque especial (modéstia é coisa que não há por estes lados), acrescentando três colheres de sopa de açúcar amarelo, duas colheres de sopa de molho de soja e um copo (20/25cl) de vinho do porto, licor beirão ou moscatel. Isto tudo por cada cinco litros, mas cada um é que sabe de si e pode fazer vinagre de autor.

Depois disto é só fazer o mesmo que faz quem está em lista de espera para ser submetido a uma cirúrgica, até que um dia, sem estar à espera, alguém diz que o vinagre está "pronto para a matança". A partir desse dia nunca mais se gasta dinheiro em vinagres manhosos.

Para que percebam o mais importante para que o resultado final seja satisfatório cito o meu Avô. "Vinho que se bebe carrascão e agre também não faz bom vinagre".

domingo, 22 de agosto de 2010

Pudim da gaja com ovos do Manja

O Manja mandou ovos para mim. Felizmente, as minhas galinhas também me premeiam diariamente com uma preciosa cagadela de ovo. Como não consigo consumir ovos à velocidade que os cagam vejo-me obrigado a partilhar com família, amigos e, quando aparece um ovo podre, com inimigos.

Os ovos que saem da peida das minhas galinhas são maravilhosos, de cores bem carregadas e, mesmo que apenas estrelados numa pequena noz de manteiga Ilha Azul, uma pitada de sal grosso e pimenta, distraem as papilas gustativas de tal forma que poderia ser violado, sem me aperceber, enquanto chafurdava o pão na gema mal passada.

Apesar de venerar o ânus das minhas galinhas, tenho que reconhecer que não há ovos melhores que aqueles que vêem a luz do dia a partir do cu das galinhas do Manja. São pequeninos - o que prova que as galinhas não foram abusadas pelo Manja - acastanhados, carregadinhos de merda de galináceo, mas autênticos concentrados de sabor.

Dizem as más-línguas que tamanha dádiva é fruto da consanguinidade entre animais. É bem verdade que os ovos galados do Manja resultam sempre em belos pintainhos, mas nada disso me interessa. Importa sim que o Manja me ofereceu ovos e recebi-os agradecido e orgulhoso por poder meter os "queixos" nestas verdadeiras preciosidades.

Não fosse a gaja cá de casa, em 50 minutos, transformar
os 10 ovos do cu das galinhas do Manja (350grs de açúcar, 100 delas para fazer caramelo e 1,3l de leite) em pudim caseiro e estaria neste preciso momento a chafurdar pão nas gemas mal passadas ou a enfardar ovos mexidos com mioleira, farinheira ou cogumelos e poejo.

Se o raio do pudim não estivesse obscenamente delicioso, tínhamos o caldo entornado. Como vingança, apanhei uma valente caganeira de pudim quente.

João Teodósio Matos Barbosa & Filhos, Lda


Duas quintas, duas regiões, dois vinhos.
Alentejo e Ribatejo, caracteres diferentes, a mesma paixão.
João Barbosa é um Homem que procura o melhor, de si e do que o rodeia.
Para mim, fazer com gosto é sempre meio caminho para a perfeição.
Sem entrar em pormenores e porque não estou habilitado, os vinhos que provámos desta casa no tal jantar da 1ª Gala HHPP, foram justos. Digo isto porque de facto a comida quase monárquica assim o exigiu.
Do Ninfa-Ribatejo, evoluímos para um Lapa dos Gaivões Escolha -Alentejo e ficámos muito bem. O vinho ficou por cima em alguns pratos e mesmo no final de conversa.
Faltou o espumante, o melhor espumante, atrevo-me a dizer, o Espumante Ninfa Bruto da casta Pinot Noir, para mim, a jóia da Coroa, o Clímax, o melhor “artigo” desta sociedade familiar.

Como isto não é um jornal online com a papinha toda feita, aqui fica:
Tel: +351 243 991429
Fax: + 351 243 991788
www.joaotmbarbosa.com
vinhoevinhablogspot.pt
skype:sajtmb

sábado, 21 de agosto de 2010

Fondue (ou o raio que o parta) de queijo em pão "ranhoso"


Quantas vezes compramos pão que não presta? Pois é. A minha sugestão de hoje serve de desculpa para que não se levem essas desilusões a peito. Deve-se perdoar o canalha que perdeu tempo a fazer tal atentado e, sempre que sair na rifa um pão ranhoso de tamanho médio ou grande, usa-se como se fosse um normal "tacho" de fondue, transformando a desilusão em algo sublime.

Então é assim... corta-se a parte superior do "ranhoso" em círculo, retira-se todo o miolo do "desmiolado" e enquanto isso mistura-se num recipiente o queijo "palha", alho picado, cebola picada, coentros picados, béchamel (ou maionese) bacon picado (ou restos de chouriço, presunto, paio, etc), oregãos, azeitonas picadas, pimenta e picante.

Depois de bem misturado, coloca-se o preparado dentro do que resta do "ranhoso" e leva-se ao forno bem quente durante 10 minutos. Se sobrar (o que duvido) pode perfeitamente ser comido frio no dia seguinte porque a "molhanga" não solidifica. Atenção...não deixem o "ranhoso" estar muito tempo no quentinho do forno porque se a humidade da molhanga "dá à sola", nunca mais a apanham e a desilusão repete-se.

Para terem uma referência, a molhanga deve ficar com uma textura semelhante ao queijo da serra amanteigado. Barrado em tostas ou pão torrado não fica nada mal. Reguem a goela que digere o "ranhoso" com um tinto com "caparro" e, se estiverem virados para enfardar mais alguma coisa, garanto que uma saladinha mista (com rabenetes bem avinagrados) não vai nada mal.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Grão calão


Isto foi muito difícil. Não que tenha sido trabalhoso ou demorado, mas o calor só me pede para para ser calão e enfardar fruta. Umas "muines" também passavam bem na goela, mas estou de relações cortadas com a cevada pelo menos enquanto conseguir manter-me amuado com a Sagres. Sim, porque mesmo não bebendo, se bebesse, seria Sagres e, de quando em vez, Cristal ou Tagus. Bem....vamos lá ao grão.

Com calor e um resto de bacalhau e grão cozido a pedirem companhia, vai de ir ao despenseiro e ao frigorífico procurar algo que conviva bem com esta rapaziada. As "bugigangas" do despenseiro fizeram-me desistir optando por abraçar o frigorífico que guardava na gaveta central um pecúlio de coentros, salsa, tomates maduros, ovos e restos de milho doce.

Vai daí, peguei nesses malandrecos piquei uns, cortei outros, cozi os ovos, desfiei o bacalhau cozido, peguei numa cebola e numa "machinha" de oregãos e coloquei-os a fazer meninos um tabuleiro. Ainda antes de regressarem ao frigorífico para refrescar dei-lhes uma salpicadela de sal e pimenta e banhei-os com azeite de Moura e vinagre aqui de casa.

Se vos apetecer torrar pão e esfregá-lo com alho e um niquinho de azeite para depois acompanhar o grão calão, vão ver que marcha que nem ginjas. Se não vos apetecer ter esse trabalho abram uma garrafa de branco ou rosé gelado e siga para bingo. Se puderem passar o resto do dia de papo para o ar a aliviar os gases produzidos pelo grão enquanto ouvem «Brazil - a Tribute» do Fernando Girão, vão ver como a flatulência e a percussão brasileira encaixam na perfeição.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Hoje Há Pipis - O maior festival de enfrandanço do mundo


Pois é! Nós é que vamos comer e receber prémios.
Mas para isso contamos com a vossa ajuda.

Votem nas frases nomeadas em cada categoria só pá gente ter tema de conversa no festival.
Para o próximo ano se Deus quiser, será no Pavilhão Atlântico com acepipes, espumante e caldo verde.

Nomeados para prémio Humor:
MCP
“Quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão.” Mas quem o manda viver nas rochas? Que dizer de um bicho cujos principais predadores são a estrela-do-mar e o homem – um animal sem cérebro e outro que tem dificuldade em usá-lo?
Catarino
"O meu querido vizinho Rui Lagartinho, não só é óptimo vizinho,
um grande jornalista, mas também um homem dotado de poderes
sobrenaturais na cozinha, um verdadeiro eclético do avental
e da colher de pau."
Rolo
"Se cozinhar é uma arte isto pode ser um exemplo disso. Experimentei afixar na parede mas não tinha pregos e acabei por ver a minha família a lamber as paredes humilhantemente."
Montez
"Até as felizes e bem sucedidas designações "coma até cair de cu" e "coma até rebentar", foram substituídas pelo rodízio."

Nomeados para prémio Javardice:

Rolo
"Penso que é uma salada contemporânea. Uma salada fina. A única coisa grossa que leva é mesmo o sal."
Montez
"À excepção do béchamel, da broa de milho e do queijo palha (emental ou mozzarela), prepara-se uma orgia refogada com todos os outros participantes, sem discriminações de cor ou tamanho, de forma a que se proporcione alguma intimidade entre eles. Os participantes devem ser preparados e cortados à semelhança do que acontece nas punhetas de bacalhau, ou seja, "tudo ao molho e fé em Deus"."
Catarino
"Lavem bem esses dedos e unhacas para os lamber de seguida."
MCP
"Gosto deles numa generosa cebolada com molho de tomate."

Nomeados para prémio Pior argumento:

Montez
"Higiene e segurança: O molho tem que ser sempre picante, independentemente do gosto de cada um."
Rolo
"Os Ingleses andam pela esquerda e os americanos fazem whiskey de milho"
MCP
"Jantei tarde. Fui ao congelador e encontrei uma boa perna de perúa. Meti-a no microondas a descongelar e na televisão meti o concerto do Rock in Rio da Amy Winehouse. Confesso que eu próprio só ia ao RiR se estivesse bêbado e sem voz de tanto gritar no, no, no."
Catarino
"Para os que não sabem o caril é uma mistura variada de especiarias moídas, nomeadamente gengibre, cárdamo, cominhos, pimenta, coentros, cravinho, canela, flor de noz-moscada, paprica, erva-príncipe, entre outras. Embora um produto proviniente da India, foram os ingleses que o inventaram."

Nomeados para prémio Blá blá blá:

Catarino
"Os cogumelos, ao longo da História, têm sido utilizados com diferentes fins, de acordo com as suas propriedades. Ocupam um lugar de destaque, sendo muito apreciados e valorizados em todo o mundo. Para além do sabor, aroma e textura agradáveis, os cogumelos possuem propriedades nutricionais, tónicas e medicinais (considerados como "Pão dos Deuses" pelos Romanos e "Elixir da Vida" pelos Chineses)."
Rolo
"Aliás, é tão fácil, tão fácil que até me apetece tratar mal alguns cozinheiros deste país que nos servem uma caldeirada de merda em restaurantes, alguns até, à beira mar plantados."
MCP
"De vez em quando ia ver como estava a coisa e regava-a com as próprias lágrimas."
Montez
"Normas: O molho tem que estar muito quente quando despejado em cima do queijo no topo da “construção vertical”.
Segundo as directivas comunitárias (da comunidade do Taveiro) é obrigatório que a cobertura de queijo colocada no topo, derreta quando despejado o molho e escorra, qual cera de vela acesa, por toda a “construção vertical”.
O ovo estrelado tem que estar mal passado, para que depois, e em contacto com o molho bem quente, fique no ponto, para ser rasgado, misturando a gema mal passada com o restante molho."

Eu também vou

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Hoje Há Pipis - O maior festival de enfrandanço do mundo

Em conferência de imprensa, a organização do Maior Festival de Enfardanço do Mundo informou que o Festival Hoje Há Pipis vai decorrer no último fim-de-semana de Julho. Segundo a organização, para decidir a localização do evento pesaram alguns factores culturais, como a proximidade com bares de alterne e zonas de prostituição travesti, sendo que, também influíram na decisão outro tipo de paneleirices, tais como, a importância de localizar o festival nas imediações do Forúm Picoas e das trafulhices da Portugal Telecom.

Rui Pedro Soares, que contava estar presente no Festival Hoje Há Pipis, viu cancelada a sua participação no maior evento de enfardanço do mundo porque o valor disponível na conta bancária foi considerado, pela organização, insuficiente para a inscrição.

O Hoje Há Pipis assumiu ter sofrido pressões do governo para que Rui Pedro Soares fizesse parte da organização, garantindo que "neste festival não entra quem paga ou tem cunha, mas apenas quem come e não se cala". Cristiano Ronaldo declinou o convite para enfardar marisco e enchidos por estar a amamentar...a Irina

Confirmadas estão já as presenças dos tigres do Rolo, da salsa do Montez e da música da lambona alfacinha. No que respeita ao restante cartaz e à possibilidade do Festival Hoje Há Pipis poder vir a ser considerado o “piquenicão” do terceiro milénio, a organização recusou-se a prestar declarações, acrescentado apenas “vão perguntar ao Carlos Queiroz”.




terça-feira, 13 de julho de 2010

Prazeres - Ginjinha


É raro beber mas gosto.
Simples ou com chocolate, com uma queijadinha ou um pastel de amêndoa, por cima de uma bola de gelado ou tarte de natas ou mesmo a acompanhar um bom queijo de pasta mole, não faltam opções para esta iguaria portuguesa.
E o melhor disto tudo é que podemos fazê-la em casa sem qualquer dificuldade, bastando apenas um recipiente para guardar e deixar macerar pelo menos 3/6 meses.
O tipo dos lavagantes sabe umas coisas e esta é uma delas. Quem prova quer comprar. É mesmo verdade. Como em tudo nestas coisas, o segredo está na qualidade dos ingredientes.
Assim: por cada 1kg de ginjas, junta um litro de aguardente vínica boa (pergunta aos teus pais ou aos teus avós por quem venda ao litro). Se não tiveres quem te venda a granel podes sempre comprar da engarrafada. Depois junta um litro de bom vinho tinto. E aqui é que os gostos não se discutem. Tem mesmo que ser um vinho encorpado e macio. Por fim, adiciona 700gr de açúcar louro. Mexe tudo e deixa macerar no tal recipiente. Nos primeiros dias deves ir mexendo para que o açúcar não se deposite no fundo. E pronto, ao fim de 6 meses tens com certeza uma boa ginja em casa que podes oferecer aos teus convidados como algo caseiro, mesmo num apartamento.

domingo, 11 de julho de 2010

Ypióca


Todos sabem que existe uma palavra portuguesa que não tem tradução literal em nenhuma língua. Hoje essa palavra não me saiu da cabeça. Tenho saudades de vinho, favas, chispe, mão de vaca, peixe frito, caracóis, da cabidela do Rolo, dos queijos frescos que a minha avó fazia, da Pamela Anderson a correr na praia, mas, do que eu tive mesmo muitas saudades foi da velha e anafadinha Ypióca.

Hoje, o cafézinho que tomo diariamente junto à churrasqueira - enquanto mando umas bocas ao Pipas e à Mariana - estava a pedir-me mais qualquer coisa. Seria a minha ginja? Uma aguardente velha de vinho verde? Não. Nada disso! O que esse café malandro queria era uma Ypióca.

É bem verdade que uma boa voz-off nos transmite emoções mas também podem ser muito chatas. No meu caso, tenho o privilégio de privar com uma voz-off que, para além de não fazer anúncios irritantes a supermercados, optando por fazer apenas alguns comentários chave, quase sempre no timming certo e pertinentes que baste, tem o dom de aparecer, qual nossa senhora das cachaças, com umas garrafas de Ypióca velha.

É à mulher que está por detrás da voz que devo agradecer as últimas garrafas de Ypióca que me passaram pela goela. Mas, como diz a sabedoria popular, por detrás de uma grande mulher está sempre um grande homem e, o homem que umas vezes está atrás, outras de lado e outras não quero saber....dizia eu que esse homem é que fez com que a velha e anafadinha Ypióca me passasse pelos queixos pela primeira vez.

Se quiserem saber mais sobre a velha e anafadinha Ypióca, dirijam-se à voz-off mais próxima e deixem a Ypióca entrar no vosso organismo.

Bacalhau ordinarão


Participantes: Bacalhau desfiado, cenoura ripada, tomate maduro picado, cebola picada, azeitona picada, gengibre picado, alho, salsa picada, azeite, béchamel, sal, pimenta, malagueta, batata frita palha, queijo palha e broa de milho.

À excepção do béchamel, da broa de milho e do queijo palha (emental ou mozzarela), prepara-se uma orgia refogada com todos os outros participantes, sem discriminações de cor ou tamanho, de forma a que se proporcione alguma intimidade entre eles. Os participantes devem ser preparados e cortados à semelhança do que acontece nas punhetas de bacalhau, ou seja, "tudo ao molho e fé em Deus".

Enquanto os ingredientes fazem uso da promiscuidade nesse maravilhoso ménage, pega-se numa broa de milho, de preferência já cota, e pica-se até ficar travestida de pão ralado mas em pedaços ligeiramente maiores. Como a broa gosta pouco de preocupações, por muito ralada que fique (esta é do Rolo), nunca perde a euforia característica duma boa broa.


Quem gostar pode observar a orgia para evitar que os participantes se excitem demasiado, porque depois vão voltar a ser estimulados. Como sabem, depois do caldo entornado, é importante arrefecer os ânimos e, por isso, enfia-mo-los "à maluca" para dentro do tabuleiro, sendo depois cobertos pelo líquido viscoso, gelatinoso e branco a que vulgarmente chamam béchamel.

Para que a viscosidade se desvaneça, cause bom impacto oral e seja desejada, faz-se penetrar indiscriminadamente o queijo palha pela cama já preparada no tabuleiro. Ainda antes de voltar a aquecer o ambiente, ejacula-se toda a área, sem medos ou preconceitos, recorrendo à broa travestida de pão ralado.

Ao introduzir (no forno) deve-se colocar lubrificante junto às bordas para evitar assaduras desnecessárias e que se podem tornar desconfortáveis quando em contacto com a língua. Para lubrificante aconselho azeite virgem, apesar de desconfiar que os lagareiros abusam das azeitonas.

É importante abrir o olho, pondo em prática o coito interrompido assim que a broa travestida começar a torrar. Quando isso acontecer, acaba-se com a ramboia, tira-se para fora e serve-se com agrião de pacote já lavado ou com tomates maduros, mas sem estarem engelhados.
Se regarem esta ordinarice com a paixão de um bom tinto alentejano, vão ter uma refeição verdadeiramente obscena.

Regras: Não são permitidos voyeurs...se lá estão têm que experimentar. Está proibido o uso de cenoura baby, tomate cherry, favinhas, feijão verde e também a degustação de vinhos ou wiskys novos.

sábado, 10 de julho de 2010

Tostas no forno


Apareceu-me em casa à sucapa, metade de um pão de forma daqueles que são cozidos em forno a lenha. Modernices! Não sou apreciador deste tipo de pão mas, porque estamos em época de crise e nada se pode estragar, resolvi inventar qualquer coisa. O mais fácil era fazer umas tostas...mas não.
Peguei no pão de forma sem lhe dar muita confiança, cortei duas fatias sempre a olhar de lado, na fatia de baixo coloquei uma colher de sopa de béchamel e, para ocupar o resto do espaço entre as fatias de pão acrescentei duas fatias de queijo e duas de fiambre, mas sempre com desprezo.
Indiferente ao pão de forma, à parte, preparei uma pasta com béchamel, queijo mozzarella e oregãos, barrando alarvemente a parte de cima da fatia de topo. De seguida usei a câmara de gás para acabar com a raça desse pão de forma maquiavélico que me invadiu a cozinha. Quinze minutos e é a morte do artista!
Aproveitando uns talos de umas alfaces muito tenrinhas e dois tomates chucha que me chegaram duma horta vizinha, fiz uma salada temperada com azeite do bom, vinagre (que vou fazendo com o vinho que sobra), sal e oregãos. Um branquinho caía que nem ginjas!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Prazeres - Guinness


A cerveja Guinness como a música Jazz, ou se gosta muito ou se detesta. E quem tenta disfarçar, não aguenta muito tempo.
Curiosamente, estou a escrever este postal na companhia de uma muine Sagres pois o orçamento deste blog não permite excentricidades. E digo isto porque esta beer é muito cara. Mas vale a pena!
É uma cerveja do tipo Ale, espessa, suave, algo amarga e torrada. Aqui a espuma é mesmo imperativa. Quase que se come como a espuma de um bom café. É o tal contraste de texturas.
Não a vejo como uma cerveja para a refeição mas acompanha bem um bom bife com natas ou uma massa Carbonara. Para mim é uma cerveja da noite, pós-jantar.
Existem variantes sendo que a de pressão ou de lata são as tais mais suaves ( Draught).
As de garrafa são mais vincadas no gás e menos volumosas na espuma (Stout).
Seja qual for, o prazer é enorme. E a conta, igual.

Wok (Caldas da Rainha)

Portugal sempre foi um país de viragens. Vira-casacas, virar o cabo das tormentas, virar por engano para o Brasil, virar rabeta, etc. No que diz respeito à arte de enfardar há viragens que me irritam profundamente e que se reflectem principalmente na alteração das designações de origem tradicional.
Em Portugal basta estrangeirar um nome para que a coisa ganhe estatuto. Veja-se, por exemplo, o que acontece no caso dos produtos tradicionais que, quando denominados Gourmet, conquistam um estatuto tal, que nos leva a pensar que são produzidos pelas mãos de uma tia de Cascais, ao invés de mãos calejadas e
honradas casas humildes, origem do melhor que se enfarda em Portugal.
O mesmo se passou com os refeitórios, a que agora chamam Buffets. Ser dono de um refeitório é característica de pobre mas se forem proprietários de um Buffet levam garantidamente uma palmadinha nas costas e são vistos como gente "de bem".
Podia estar horas a escrever sobre as paneleirices que têm chegado à cultura gastronómica portuguesa e que nada acrescentam ao pecúlio nacional da arte de enfardar. Até as felizes e bem sucedidas designações "coma até cair de cu" e "coma até rebentar", foram substituídas pelo rodízio. Deve ser consequência do acordo ortográfico!
Hoje em dia há rodízios de tudo e para todo o gosto... e mau gosto. Ele é de peixe, marisco, carne, gajas, pizas, doces, estupidez e até do que soe a estrangeiro e que venha servido num prato com design, bifidus activos ou actiregularis, lactobacillus casei,
el casei imutinass e, de preferência, a saber a "não sei bem o quê".

Bem...isto tudo para vos falar de um maravilhoso refeitório oriental (vulgo buffet - bufete em português), que visitei nas Caldas da Rainha, e que me surpreendeu pela simplicidade, qualidade e preço das diversas iguarias disponíveis. Não posso enumerar a vasta variedade apresentada mas posso resumir a coisa a Japão, Tailândia, China, Coreia e ainda Brasil e Portugal, que como sabem, são países que nem são orientais nem orientados.
Este refeitório oriental tem também uma secção onde o enfardador selecciona os ingredientes crus e entrega-os a um senhor, com ar de ninja, que os coloca num wok e que, em poucos segundos, os devolve aptos para degustação. Tirando os alguidares cheios de carne crua que iam passando pelo meio da sala, aconselho vivamente uma visita ao Wok.

Detrás da Orelha: Empregados mesmo orientais, sushi, chao min, gelado frito, galinha com sésamo
Desenxabido: Salsicha fresca grelhada, batatas pré-fritas
Bolso: Em conta

Wok, Rua Coronel Soeiro Brito, Caldas da Rainha

Prazeres - Gin Tónico


O Gin Tónico é das minhas long drink preferidas assim como a Caipirinha ou o Daiquiri e é uma excelente bebida de verão.
Para quem já goste simplesmente de água tónica também gostará desta bebida certamente.
É excelente como aperitivo ou em noites de convívio. É uma bebida que rende e não deixa mau hálito. Apesar do gás, não cria barriga pois não se bebe em quantidades como a cerveja.
É acessível pois podemos prepará-la em casa sem precisarmos de shakers nem licores tramados. Basta um copo alto, gelo, umas rodelas de limão, uma dose generosa de gin e encher com água tónica.
O gin é o melhor que conseguires. A água, essa sim, tem muita importância. Das águas tónicas mais fáceis de encontrar, a schweppes é a melhor. É mais amarga, com um sabor mais seco e tem uma bolha mais grossa que preenche mais a boca e não se dissipa facilmente com o gelo.
Eu gosto também de acrescentar um pouco de hortelã para aromatizar e porque vai muito bem com limão ou lima.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Prazeres - Whiskey Jack Daniel’s


Pois se atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher, também é verdade que depois de uma boa refeição deverá estar um bom digestivo.
Mais verdade ainda é que não há amor como o primeiro. E também é certo que primeiro estranha-se e depois entranha-se. É como o jazz.
Jack Daniel’s é um borbon, o meu borbon. Um whiskey e não whisky pois é americano e não escocês ou irlandês e muito menos de Sacavém. Um borbon é feito de milho ao contrário dos outros de trigo ou centeio e é típico da América porque milho é com eles. Os Ingleses andam pela esquerda e os americanos fazem whiskey de milho.
É muito forte, não porque tem mais álcool mas porque não está tão disfarçado com aditivos, espessantes e caramelizantes como muitos outros. É destilado uma única vez, ao contrário dos puro malte que, destilados 2 ou 3 vezes, são bem mais macios e não digo melhores mas mais fáceis de beber.
Sabe à madeira, o carvalho americano que até nós os europeus do velho mundo trouxemos para fazer estagiar os nossos vinhos. Sim, porque há o carvalho francês. E claro, o gosto peculiar que o milho lhe confere.
Costumo dizer que não é whiskey para principiantes mas eu tive alguma sorte na minha puberdade. O meu pai recebeu do seu patrão pelo natal, uma caixa com uma garrafa e 2 copos daqueles à saloon. Eu fui bebendo, bebendo, até que um dia o meu pai lembrou-se de ir buscar a gfa para provar…

Prazeres - Charutos


Vou abrir os horizontes do HHPP e partilhar outros gostos e interesses.
O prazer de fumar, para além de fazer mal a tudo e mais alguma coisa, sabe bem a quem gosta e portanto isso é bom de alguma forma.
O acto de fumar é quase mitológico. Celebra casamentos, nascimentos, bons negócios ou simplesmente uma boa refeição em igual companhia. Também no fumar existe alguma hierarquia. Não porque os ricos fumam charutos e os pobres o tabaco de enrolar mas porque lhe atribuímos importâncias diferentes em momentos diferentes.
Por exemplo, tive agora um enorme prazer em ver fumar. Ofereci um Partagas robusto ao tipo dos lavagantes e soube-me tão bem como se o tivesse fumado. Eu fumei um Davidoff que ele me deu e trocámos experiências. Isto sim é ser rico. Oferecer o que temos de melhor.
Não fumes charutos com bebidas gaseificadas. Isso é pior que sandes de vinagre.
Escolhe um bom whisky, brandy ou aguardente vínica, tudo sem gelo. Esquece o palito na ponta e o molhar da ponta em whisky. Procura o momento e a companhia certa. Fumar charuto sob stress não dá prazer nenhum. É preciso tempo, calma e alguém que não se incomode ou então fuma sozinho.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Taverna O Caldeiro


Uma porta abre-se após um sinal sonoro... uma quase regressão aos tempos das tavernas medievais escocesas!
O meu namorado quis fazer brilharete e deu-me a conhecer este espaço, fiquei supreendida ao quadrado - pelo espaço, pela ementa, pelo romantismo e por ele ter pago a conta! Obrigada\\
Este restaurante conta com uma ementa tradicional portuguesa com pratos típicos de várias partes do nosso cantinho e uma vantagem, a meu ver, é o som ambiente, Fado, mas do bom! Os cozinhados são todos feitos em tachos de barro ou no carvão, a simplicidade e bom atendimento, a luz que alumia as várias salinhas abre-nos o apetite para o pato escondido, a petinga frita com açorda de coentros, as favas à alfacinha ou o bacalhau à minhota, entre outros...
Façam uma visita à outrora taverna e carvoaria, à data de construção do aqueaduto, situada mesmo ao pé do jardim da mãe d'água, na rua das amoreiras, 45-49. Não esquecer que encerra ao Domingo e que para grandes grupos é complicado, mas para um jantar, às luz da vela para 2 é o ideal...

domingo, 20 de junho de 2010

Coelho avinhado


Penso que já tinha dito isto. Neste tipo de comidas de longa metragem, não faço refogados. É tudo junto com bastante líquido, suficiente para cozinhar e apurar o molho. “É atar o por ao fumeiro”. Uma cebola generosa picada, azeite, alho, louro, colorau, pimenta, cravinho, picante, um shot de molho de soja e outro de molho inglês e a bomba… O FAMOSO CUBO DE KNORR DE GALINHA.
Junta agora o coelho em pedaços, uma garrafa de bom tinto e bota-lhe sal. Deixa cozer bem durante 1h ou mais se necessário até complexar o molho. Acompanha com batata cozida ou frita. Bebe um tinto encorpado.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Salada Russa


Os ingredientes são os mesmos, a organização é que difere.
Batatas, cenoura, ervilhas e feijão verde, tudo cortado piqueno e cozido em água e sal.
Coze 1 ou 2 ovos juntamente, escorre a água e refresca no frio.
Faz um molho com atum em lata, azeite, vinagre, pimenta, pimentos e cebola picados.
Junta maionese aos legumes e faz uma cama utilizando um cincho. Alguns queijos frescos maiores vêm com o cincho de plástico. Guarda-os ou corta uma lata de grão por exemplo.
Enche a forma com a salada russa, sobrepõe o atum com o molho, termina com um gomo de ovo e pimentos picados.
A questão aqui não é apenas a estética mas também a separação dos sabores. Não gosto de comer como os bebés ou seja, tudo em papa. Prefiro separar e distinguir sabores e texturas. Deste modo a comida deixa de ser monótona. Aqui, o contraste da vinagreta de atum com o creme gordo dos legumes resulta melhor que quando tudo misturado.
Acompanha com tostas e um vinho branco ou rosado.

Entrada verde à moda de Alpignano


Esta misteriosa entrada verde, foi mais um dos maravilhosos mimos da nonna Mirella! Uma excelente cozinheira, daquelas da bochechinha vermelha e modesta até mais não! Ficou deliciada com o nosso apetite como uma mãe preocupada, e não nos deixou levantar a mesa e lavar a loiça... Mas para duas portugas quase perdidas nas montanhas de Turim, esta experiência de conhecer pessoas como a Mirella foi um fantástico presente. Bem hajam, onde quer que estejam! Abreijos portugas

De volta aos petiscos_
Misturar um pouco de miolo de pão em vinagre e espremer bem, picar um dente de alho, juntar um pouco piri-piri, 50 gr. de salsa e anchovas q.b., juntar azeite e sal até ficar um pouco liquido. Sempre com o queijo parmesão ralado por perto, claro!

Dicas_
Se tiverem tempo dêem uma olhadela pela cidade de Turim (Torino em italiano e Turin em piemontês), uma das cidades mais belas de Itália.

Carne Assada com legumes à Mirella


Mais uma receita da Nonna Mirella, daqueles de comer e chorar por...que não vamos a Alpignano tão cedo!
A carne fica tenrinha, suculenta e muito apetitosa, e sem caldos de knorr! (Este reparo é para o alarve Rolo!!!!) Para acompanhar, o couve - tipo portuguesa - cortada às tiras, meio cozida e com uma leve passagem em azeite e muito alho! Um pitéu daqueles...

Ingredientes_
Uma panela com um pouco de azeite ou manteiga, um ramo de alecrim (rosmarinho) com alho, cenoura e aipo triturados, carne de vaca para guisar, conforme número de pessoas convidadas para a partilha.

Preparado_
Deixar cozer a carne por uma hora ir juntar um pouco de sal e vinho (tinto ou branco) de vez em quando.

Para acompanhar, nada como ouvir uma rockeira italiana em alto e bom som!
Gianna Nannini_http://www.youtube.com/watch?v=WXMbhGY7Sag

Pudim Bunet da Nonna Mirella


Para mim, será sempre o pudim da Nonna Mirella,
uma Donna lindíssima de uma simpatia única, italiana e mãe de um grande amigo, o Luca, que no passado Outubro (2009) cometeu a "loucura" de convidar 2 alarves portuguesas para um jantar italiano em sua casa. Nem precisou de lavar a loiça, a minha amiga Carla tratou de rapar e lamber os pratos todos! Enfim, passando à culinária, este pudim é muito semelhante ao nosso Pudim de Ovos, mas com uns pequenos pormenores que fazem uma nova e deliciosa diferença.

Os ingredientes são_
½ litro de leite, 4 ovos, um copinho de Marsala (vinho/licor da Sicília, mas podem usar o vinho do Porto), 4 colheres de açúcar, 10 Amaretti (biscoitos secos italianos).

Preparado_
Num recipiente de alumínio, aquecer 2 ou 3 colheres de açúcar até este ficar dourado e deixar arrefecer. Misturar os ovos, açúcar, marsala, leite e amaretti em migalhas, e de seguida, juntar tudo e mexer. Cozer em fogo médio/alto durante meia-hora.

Logo de seguida... regalem-se. Buon appetito!

domingo, 13 de junho de 2010

Feijoada do Cozido



Eu só faço feijoadas depois do cozido à portuguesa e as sopas de peixe a partir das caldeiradas. Os sabores e os ingredientes básicos estão lá e é uma forma simples de fazer um prato que à partida é moroso.
Das sobras do cozido, corta em pedaços as carnes, os enchidos, a cenoura e as couves. Faz um refogado de cebola picada e alho, colorau, pimenta, picante, molho inglês, louro, polpa de tomate, vinho branco e acrescenta as tais sobras do cozido. Bota-lhe feijão manteiga de lata com o líquido, acrescenta um ou dois cubos de knorr galinha e rectifica o sal. Deixa apurar 20/30min em lume médio para engrossar e ligar o molho.
Desta forma isto faz-se em +/- 40 min

sábado, 12 de junho de 2010

Polvo à lagareiro


Nada de panelas de pressão! O polvo cozido à pressão fica tipo Lili Caneças e em tacho aberto demora mais tempo de facto mas fica mais tipo Diana Chaves, com tudo no sítio e tenrinho.
Para além da água, coze o polvo com sal, uma cebola e um ramo de hortelã.
Coze também umas batatas pequenas golpeadas com a pele.
Escorre tudo e coloca num tabuleiro. Rega com bastante azeite e polvilha com pimenta, colorau e umas pedrinhas de sal. Leva ao forno com grill de preferência para tostar rapidamente e não secar nem recozer demasiado. Come com bom pão caseiro a molhar no azeite e bebe um tinto leve.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Solar da Marquesa branco



É um vinho desconhecido e por isso aqui está. Podem prová-lo no Festival sabores do mar em Peniche até 13 de Junho. Da casta Moscatel, muito leve, fresco e frutado é óptima opção para as comidas neste verão. Ainda por cima é barato.
Da zona do Cadaval, feito pelas mãos calejadas do próprio titular, é de considerar penso eu.
Apontamentozinho: Hoje, qualquer produtor que venda o seu vinho engarrafado com a sua marca, tem um cuidado acrescido e o acompanhamento de enólogos. Portanto, há muitos bons vinhos ao virar da esquina.
As grandes marcas, em grande parte, vendem mais do que produzem. Mas o vinho vem de algum lado. Por exemplo, alguns dos vinhos alentejanos conhecidos, são feitos com uvas de Espanha. Mas isto não se pode dizer porque cada selo que vem no contra-rótulo é pago nas CVR (Comissão Vitivinícula Regional)cá, e portanto, ficam todos a ganhar menos o consumidor que pensa estar a beber um vinho da tal Herdade e afinal não é.
Vamos olhar mais para o contra-rótulo e menos para o rótulo.
E acreditem, poupam dinheiro.

Lulas recheadas


Lulas grandes limpas, recheadas com um salteado no wok em azeite, cebola picada, alho francês, cougette, tomate, bacon e as cabeças das lulas, tudo miudinho. Sal, pimenta e piri-piri em pó. Retira para uma tigela e acrescenta requeijão e salsa picada. Enche as lulas, costura-as com um palito e dá-lhes cor no azeite ao wok com coentros picados.
Acompanha com batata frita e a salada de rabanetes por exemplo.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Salada de rabanetes


Penso que é uma salada contemporânea. Uma salada fina. A única coisa grossa que leva é mesmo o sal.
Estamos quase no verão, o calor aperta, os homossexuais assumem-se. Mas se pensam que esta é uma salada gay desenganem-se pois existem os rábanos, com formato mais proporcional, tipo cenoura.
Fugindo ao verbo comer, esta salada penetra em todos os sentidos, em especial o da visão. Reparem nos tons fashion.
O que interessa é que esta salada vai com todos e é muito simples. Rabanetes laminados, couve roxa, sal grosso, azeite, bastante vinagre e uns salpicos de água. Podes acrescentar orégãos ou coentros.

Caracoletas assadas


Estamos na época deles/delas e é petisco do melhor. Já tinha falado aqui sobre as caracoletas da tasca do Sr. Faria mas estas são minhas, literalmente. Cresceram no meu casal e fui eu quem as apanhou.
A caracoleta assada não tem segredo nenhum. É apenas assada com sal grosso à porta.
Agora, o molho no qual mergulhamos cada bicharoco na ponta do palito, esse sim, tem muitas variantes. Normalmente, nas tascas, os molhos são feitos ao lume com ingredientes que vão desde o azeite, alho até à mostarda, picante, ervas e/ou whisky. Enfim, penso que é ao gosto pessoal. Eu provei muitos desses molhos de que gosto muito mas em casa opto pela maionese de pimenta verde. E nem sequer sou eu que a faço. Já vem em frascos.
É excelente para isto e mais rápido
Hoje já se vendem caracoletas nos super e nos hipers portanto, corre atrás delas.
O único problema é que não têm desconto em cartão.

Lasanha de espargos


Num wok com azeite, faz um salteado com cebola picada, alho francês, espargos e cogumelos laminados, courgette, couve lombarda à facada, cenoura em cubo piquenos e o que tu quiseres mais. Tempera de sal e pimenta.
Camadas de massa em folha, queijo fatiado e recheio. No topo, molho bechamel e queijo ralado.
Bebe um branco fresco.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lavagantes à Pendura

De facto isto não é para todas as carteiras, apesar de os CTT pagarem menos mal. Portanto, se for sensível, pobre ou tiver inveja não leia esta receita.

O sogro pagou e eu fiz:

6 Lavagantes congelados, entretanto cozidos em água, sal, piripiri, depois abertos pelo externo e recheados com o devido molho… Enfim…

O devido molho é sem dúvida duvidoso. Mas vamos por aqui: Alho picado, cebola picada e azeite no púcaro, entretanto com sal e pimenta, salsa picada e natas.

Enche os pulmões dos bichos e come o pão torrado com o molho que surte desta alegria.

Bebe o que quiseres. Tanto faz.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Espetadas de Almôndegas de caril

Matéria-Prima: Cebola, pimento verde, cenoura, courguette, negrito, salsicha calabresa, cogumelos frescos, carne de porco, caril, picante, sal, pimenta preta, oregãos.
Ferramentas: Picadora, grelhador, espetos de madeira e mãozinhas.
Execução: Mete-se a carne de porco e a cenoura na picadora e espera-se que a maquineta faça o seu trabalho. Picada a carne e a cenoura junta-se o sal, a pimenta, o picante e o caril. De seguida usa-se as mãos para fazer as almôndegas no formato que se pretende ou se consegue.
Cortam-se os legumes e o negrito em pedaços generosos e inicia-se o processo de elaboração das espetadas. A ordem pela qual devem ficar os alimentos fica ao critério de cada um. Polvilha-se tudo com sal fino e apresentam-se as espetadas ao amigo grelhador.
Estrutura: Pão de cereais torrado com manteiga de alho ou queijo fundido gratinado.
Complemento: Cerveja, branco leve.
Mão-de-obra: Baixa.
Prazo de execução: Trinta minutos.
Orçamento: Baixo.
Higiene e segurança: Não deixar as espetadas muito tempo no grelhador para não secar os alimentos. Colocar mais picante quando grelha o manjar é um excelente ideia para quem aprecia mas, pelo seguro, é melhor que cada um acrescente potencia já no prato.
Normas: Acompanhar com laranja, uma salada mista com oregãos, coentros e pinhões torrados e/ou feijão preto com bacon e pimentos vermelho. Se apetecer, fazer uma farofa de mandioca com banana para fazer companhia ao feijão.

Cogumelos com vinagre balsâmico e queijo fresco

Matéria-prima: Cogumelos frescos, alho, azeite, vinagre balsâmico, sal fino, pimenta branca, queijo fresco, oregãos.
Ferramentas: Mãos, tijela e muito juizinho
Execução: Cortam-se os cogumelos em fatias ao alto, colocam-se na tijela, junta-se alho picado, sal, azeite e vinagre balsâmico. Corta-se o queijo fresco em fatias ao alto e polvilha-se som sal, pimenta e oregãos.
Estrutura: Pão caseiro da região compreendida entre Coruche e Pombal.
Complemento: Branco, tinto, verde, rosé, cerveja.
Mão-de-obra: Quase inexistente.
Prazo de execução: Dez minutos.
Orçamento: Muito baixo
Higiene e segurança: Deixem os cogumelos sugar o vinagre balsâmico, o azeite, o alho e o sal durante pelo menos uma hora no frigorífico.
Se alguém não acreditar que os cogumelos estão crus é natural.
Normas: Não poupem no azeite e no vinagre para que ao servir possam despejar o suco por cima dos cogumelos e do queijo fresco.

sábado, 1 de maio de 2010

Taglietelle de Açafrão

Matéria-prima: Tagliatelle, bacon, cogumelos frescos, natas, sal, pimenta cayena, malagueta, alho, cebola, louro, coentros, azeite, açafrão.
Ferramentas: Panela, Wok.
Execução: Enquanto a massa coze na panela sem abusar, hidrata-se o wok com azeite, junta-se o alho, a cebola, a malagueta esborrachada, uma folha de louro, o bacon cortado às tirinhas. Assim que o azeite começar a estrebuchar leva com os cogumelos em cima para acalmar. Quando tudo estiver sereno e em harmonia juntar o sal e pimenta cayena a gosto. De seguida, e imediatamente antes de juntar um pacote de natas, faz-se uma maquilhagem à molhanga com uma base de açafrão bem reforçada. Retira-se a massa da panela, coloca-se no prato e despeja-se o preparado do wok por cima, em posição de missionário. Para terminar salpica-se a orgia com uns coentros cortados grosso-modo.
Estrutura: Pão esfregado com alho e com queijo de cabra gratinado
Complementos: Herdade do Grous tinto
Mão-de-obra: Fácil demais
Prazo de execução: Quinze minutos
Orçamento: Baixo
Higiene e segurança: Ter algumas garrafas de Herdade de Grous para as emergências. Podem substituir os coentros por majericão.
Normas: Comer assim que ficar pronto

quinta-feira, 25 de março de 2010

Jantar em Turim



O vinho era uma delicia, tinto de 2008 da região italiana de piemonte! Uma sopa de espinafres com pouca batata e um pouco de natas, mesmo pouco... e a bela salada de pepino com iogurte. Depois da visita a La Verania Reale (a Reggia ei suoi Giardini, scopri il centro storico e il Parco La Mandria), esta pequena bucha para o fim de um dia em cheio...
O Luca fez o creme de espinafres à moda italiana, eu fiz a salada e a Carla, enfim, acho que cortou o pepino!
Esta salada é muito saborosa para acompanhar carne grelhada, basta um pepino cortado em pedaços pequenos, 1 ou 2 iogurtes naturais sem açucar, um pouco de pimenta e uma bela colher de mel. Mexer tudo muito bem e colocar no frio durante algum tempo. Especialmente no verão, é uma boa escolha! Bons apetites.\\

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Pasmaceira Domingueira


Os Domingos são daqueles que nem apetece sair do conforto
do lar… tipo: "apetecia-me algo… Ambrósio!"
Mas na indignação de que seria o nosso manjar dos deuses,
ocorreu-me qualquer coisa à tuga… Caldo verde.
A bem dita couve galega ripada e refogada em alho
e azeite (delicioso!)… Para acompanhar um feijão preto
salteado com alho e chouriço de porco preto,
o belo vinho tinto com sabor a carvalho, CONVENTUAL
e a música do nosso António, “O corpo é que paga”.
Que rima com feijões!
Bom fim-de-semana e bons enfardanços.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Canja de galinha


A canja é como a água. É subestimada mas não passamos sem ela. Que o digam as crianças, os velhos/idosos, os doentes/enfermes. Eu, depois de uma grande bebedeira de sábado, fico com os miúdos na canja de domingo ao almoço em casa da minha mãe.
Ora lá vai.
A canja de galinha é apenas uma base, um caldo. Não há creme, não há textura, não há nada de especial. Há sim, uma riqueza de sabores e aromas leves que se complexam em conjunto durante um bom período do tempo. Portanto, quanto mais ingredientes tiver o caldo, melhor será o resultado.
Água, sal, cebola, alho, cenoura, alho francês, um tomate maduro, um chouriço, a galinha com os miúdos e hortelã a meio da cozedura. Após cozer bem o chouriço e a ave, retira, desossa, desfia e volta a juntar. Depois, acrescenta ao caldo, um cubo knorr galinha, massa e deixa ferver até entalar a massa. Retira e serve com hortelã no prato.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Ovas fritas com migas a modos c'alentejanas


Tenho que dar um golpe na matança. Já não posto nada há algum tempo e hoje apetece-me partilhar convosco aquilo que foi o meu jantar de improviso. É tudo menos porco.
Tinha uma ova grande de bacalhau e muito pão de sobras (sobras não são cereais mas sim sinais de crise).
Para as migas, fritei em azeite uma ciboila picada, 2 dentes de alho e uns cubinhos de bacon fumado. Entretanto acrescentei um copo de água, um cubo Knorr galinha (uso estes em tudo), sal e pimenta, deixei ferver 5 minutos e reservei.
A tortura do pão à moda dos cartéis alentejanos:
Parti o pão em pedaços com as próprias mãos, mergulhei-o em água e apertei-lhe o pescoço até lhe espremer a verdade.
Depois, adicionei o pão ao caldo de modo a formar uma pasta consistente, juntei um ovo, coentros picados e mexi bastante.
Numa frigideira untada de azeite, fritei estas migas e fui enrolando, enrolando, até formar uma espécie de salame.
A ova, foi frita num pouco de azeite com sal, pimenta e alho, ao que juntei um pouco de vinagre tinto para o fim e deixei evaporar.
Em lugar das ovas, podes acompanhar estas migas com peixe frito ou carne na frigideira (um link para o porco).
Tempo de confecção: 5 latas de cerveja
Dificuldade: Fumar e beber ao mesmo tempo que se cozinha.
Orçamento: válido por 30 dias

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Molejas da matança

Matéria-prima: Molejas, alho, louro, colorau, vinho tinto, cominhos, azeite, sal, piri-piri.
Ferramentas: Frigideira.
Execução: Faz-se um refogado com azeite, alho e o louro e junta-se as Molejas quando o azeite já fizer ruído. Assim que as Molejas começarem a libertar sucos acrescenta-se sal, piri-piri e colorau. Levantar fervura para juntar vinho tinto. Deixar algum tempo ao lume até que que os líquidos da frigideira ganhem consistência e harmonia.
Estrutura: Batata cozida.
Complementos: Tinto Novo.
Mão-de-obra: Grau de dificuldade baixo
Higiene e segurança: Esta iguaria deverá estar ligeiramente picante e deve ser servida directamente da frigideira.
Deve haver pão bom sempre à mão para que se possa usar para lavar os sucos da frigideira.
O pão deve fazer amor com a redução que resulta da confecção e da harmonia entre os temperos e o liquido natural das Molejas.
Normas: As Molejas devem ser extraídas do porco assim que este estiver pendurado. Caso isso não aconteça desaconselha-se o seu consumo.
Não devem perder tempo e deixar que os sucos das Molejas se libertem. Esses sucos e a textura única das Molejas é que marcam a diferença.

Nota: As Molejas podem ser extraidas em todas as matanças de porco e são uma porção de carne, de textura única e pequenas partículas, que se encontra entre o osso do peito e a façoila, que começa na parte inferior da queixada.
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