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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Pezinhos picantes com grão e farofa de banana

O que é que um gajo faz quando vai ao congelador buscar uns nacos de vitela e descobre uns pezinhos de porco que sobraram de uma feijoada feita há mais de três meses? Ainda pensei em fazer pezinhos de coentrada mas como a gaja cá de casa só gosta de lambuzar o pão no molho, sem tocar na xicha, abandonei essa ideia.

Mais uma vez, como é hábito, abri as portas do despenseiro para me inspirar e reparei que na prateleira de cima estavam duas latas de grão de bico, na prateleira do meio uns restos de farinha de mandioca e algum arroz carolino. Estava a correr bem.

Abri o "figurífico" (como dizia a minha Avó) e dou de caras com despojos de bacon, meio chouriço, duas cenouras e bananas. Vai daí, fui buscar o tacho, antes que passasse a "tesão do mijo", piquei alho, cebola, cortei a cenoura e o chouriço em rodelas generosas, juntei três folhas de louro, uma malagueta pequenina mas muito "rabina" e um pequeno derrame de azeite. Liguei o fogão.

Enquanto o tacho fazia aquele barulhinho maravilhoso do refogado, parti os pezinhos já descongelados e usei-os como surdina da festa que estava a acontecer dentro do tacho. Acrescentei 15cl de um rosé de produção caseira, que está a morrer dentro de um bag-in-box, sal, as duas latas de grão e deixei apurar em lume brando.

Enquanto isso, piquei bacon, coloquei-o numa frigideira bem quente, arremessei-lhe farinha de mandioca para cima que, quando começou a amarelar, levou com umas valentes rodelas de banana em cima para não se armar em fina. Depois foi só sevir os pezinhos com o grão e espetar-lhe com a farofa por cima (para ver se o molho engrossa). Acompanhei com arroz de manteiga, pão (do bom), vinho tinto e boa companhia que, apesar de não gostar de pés de porco, não se queixou de nada.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Grão calão


Isto foi muito difícil. Não que tenha sido trabalhoso ou demorado, mas o calor só me pede para para ser calão e enfardar fruta. Umas "muines" também passavam bem na goela, mas estou de relações cortadas com a cevada pelo menos enquanto conseguir manter-me amuado com a Sagres. Sim, porque mesmo não bebendo, se bebesse, seria Sagres e, de quando em vez, Cristal ou Tagus. Bem....vamos lá ao grão.

Com calor e um resto de bacalhau e grão cozido a pedirem companhia, vai de ir ao despenseiro e ao frigorífico procurar algo que conviva bem com esta rapaziada. As "bugigangas" do despenseiro fizeram-me desistir optando por abraçar o frigorífico que guardava na gaveta central um pecúlio de coentros, salsa, tomates maduros, ovos e restos de milho doce.

Vai daí, peguei nesses malandrecos piquei uns, cortei outros, cozi os ovos, desfiei o bacalhau cozido, peguei numa cebola e numa "machinha" de oregãos e coloquei-os a fazer meninos um tabuleiro. Ainda antes de regressarem ao frigorífico para refrescar dei-lhes uma salpicadela de sal e pimenta e banhei-os com azeite de Moura e vinagre aqui de casa.

Se vos apetecer torrar pão e esfregá-lo com alho e um niquinho de azeite para depois acompanhar o grão calão, vão ver que marcha que nem ginjas. Se não vos apetecer ter esse trabalho abram uma garrafa de branco ou rosé gelado e siga para bingo. Se puderem passar o resto do dia de papo para o ar a aliviar os gases produzidos pelo grão enquanto ouvem «Brazil - a Tribute» do Fernando Girão, vão ver como a flatulência e a percussão brasileira encaixam na perfeição.
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