segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Grão calão


Isto foi muito difícil. Não que tenha sido trabalhoso ou demorado, mas o calor só me pede para para ser calão e enfardar fruta. Umas "muines" também passavam bem na goela, mas estou de relações cortadas com a cevada pelo menos enquanto conseguir manter-me amuado com a Sagres. Sim, porque mesmo não bebendo, se bebesse, seria Sagres e, de quando em vez, Cristal ou Tagus. Bem....vamos lá ao grão.

Com calor e um resto de bacalhau e grão cozido a pedirem companhia, vai de ir ao despenseiro e ao frigorífico procurar algo que conviva bem com esta rapaziada. As "bugigangas" do despenseiro fizeram-me desistir optando por abraçar o frigorífico que guardava na gaveta central um pecúlio de coentros, salsa, tomates maduros, ovos e restos de milho doce.

Vai daí, peguei nesses malandrecos piquei uns, cortei outros, cozi os ovos, desfiei o bacalhau cozido, peguei numa cebola e numa "machinha" de oregãos e coloquei-os a fazer meninos um tabuleiro. Ainda antes de regressarem ao frigorífico para refrescar dei-lhes uma salpicadela de sal e pimenta e banhei-os com azeite de Moura e vinagre aqui de casa.

Se vos apetecer torrar pão e esfregá-lo com alho e um niquinho de azeite para depois acompanhar o grão calão, vão ver que marcha que nem ginjas. Se não vos apetecer ter esse trabalho abram uma garrafa de branco ou rosé gelado e siga para bingo. Se puderem passar o resto do dia de papo para o ar a aliviar os gases produzidos pelo grão enquanto ouvem «Brazil - a Tribute» do Fernando Girão, vão ver como a flatulência e a percussão brasileira encaixam na perfeição.

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