segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Tacos com feijão verde

Sou um apreciador de comida mexicana. Aliás, sou um apreciador de comida e ponto final!
Viajar para o México, fugindo ao circuito turístico/comercial dos catálogos fez-me conhecer a verdadeira gastronomia mexicana.
Simplicidade, carnes, leguminosas, especiarias e picantes dão consistência a um casamento de culturas indígena, europeia e africana, numa belíssima mistura de sabores.
Mas, o que tem eles que nós não temos? Com os nossos produtos e ingredientes não podemos estar taco-a-taco com os mexicanos? Vai daí, resolvi pôr mãos à obra e fazer uns tacos aportuguesados.
O chili com carne de vaca foi feito com feijão encarnado, picante, pimento, tomate, cebola, milho doce, alho, cominhos, pimenta, sal, umas gotas de vinho do Porto e, claro, a carne de vaca cortada às tirinhas.
Salteei, em alho e manteiga, alguns pedaços de feijão verde bem tenrrinho, fiz um arroz de manteiga…e pronto! Comprei tortilhas de farinha de milho e triângulos de milho e comecei a empratar.
Aproveitei algum do chili, ainda sem a carne de vaca, juntei-lhe orégãos, picante e servi como entrada com os triângulos de milho.
“Recheei” as tortilhas com o chili, queijo emental em “palha”, alface em juliana e tomate aos cubos, coloquei no prato, acompanhado pelo feijão verde salteado e o arroz de manteiga.
O picante foi compensado no palato com um Sanguinhal Aragonez de 2005.

sábado, 15 de novembro de 2008

Restaurante Trigueirinho

O trigueirinho é um cantinho onde se come como em casa da mãe! Se é que me faço entender. É daqueles sitios que trazem a comidinha quente, mimam o freguês e quando nos tentamos levantar é o diabo!
Este antro de enfardanço, como os meus "sócios" lhe chamam, pertence as duas manas, a D. Laurinda e a D. Cecilia. Que para além de boas cozinheiras fazem as honras da casa ao regalo do cliente.
A especialidade é o cozido à portuguesa e é só à terça-feira. O vinho da casa não lhe fica atrás, Encostas do Côa, baratinho e cai no bucho que é limpinho. Para sobremesa, uma bela mousse de caramelo. Tudo caseirinho, feito pelas simpáticas manas, directamente ao freguês.
O menos agradável, no meio disto tudo, - mas que no fim a malta já nem pensa nisso - é a escadaria que temos de subir desde o Martim Moniz ao Largo do trigueirinho.

Apareçam lá e mandem cumprimentos da malta dos pipis.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Restos à La Casa


A ideia dos "restos" não é original, já a nossa querida
Filipa Vai-com-os-Deuses o fazia. A questão é, farão o restos mal à saúde? A resposta é não, e muito menos à carteira. Imaginem que fazem uma sopinha de caldo verde, mas as embalagens são tão grandes que sobra sempre um bocadinho
da bendita couve galega! Façam um refugado com alho e azeite e fica um pitéu. Em segundo lugar, as batatas cozidas, com casca ou sem casca, se sobrarem... Oh meus amigos, cortem aos pedaços e façam uma fritura rápida de azeite, alho e pimenta. Simples, não? E barato!

Com estes restos grelhei uma posta de Salmão, nhami nhami!
Mas o segredo de um bom assado é sempre o vinho, sabem porquê? Porque durante o tempo que o "bicho" está na grelha, deve ser regado com vinho branco ou verde. E por falar em vinho, tenho aqui uma bela pomada alentejana, tinto e com uma cor majestral, VINHA DE CÔRO de 2003, Proviniente da Cooperativa Agrícola de Granja em Mourão.
Isto hoje é só dicas, e das boas.

Aventurem-se meus caros, aventurem-se.

Para ouvir durante o jantar de "restos" sugiro um álbum magnífico do Rodrigo Leão, Portugal, Um retrato social. Um bom som, embora ele seja um grandessíssimo antipático.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Festival da Empada de Arraiolos

A Empada de Arraiolos, ou como se diz na Galiza, a Empanada de Arraiolos, vai estar em destaque no «1º Festival», organizado pela Câmara Municipal de Arraiolos. «Recolher elementos da história» desta iguaria e «preservar os saberes e tradições» são os principais objectivos desta iniciativa que começa no dia 25 de Outubro.
A lenda, como sempre, não é precisa mas diz-se que era a D. Maria Joana do Café, em Arraiolos, que tinha sempre a porta aberta para vender empadas. Mesmo depois da sua morte o letreiro «Fabrico Especial de Empadas» continuou a poder ser visto na praça.
O «1º Festival de Empada de Arraiolos», está inserido na 9ª Mostra Gastronómica e apresenta duas vertentes: a «Mostra de Empadas» e o «Concurso de Empada de Arraiolos».
A primeira tem lugar no «Arraiolos Multiusos» e conta com várias bancas de apresentação e venda deste produto regional. Os estabelecimentos presentes estao devidamente licenciados para comercializar a Empada de Arraiolos.
O «Concurso da Empada» vai ter lugar no dia 25 de Outubro e procura «reanimar a tradição dos saberes e da vertente cultural da gastronomia». A concurso podem apresentar-se receitas existentes, caseiras e originais.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Caril de Camarão à Francesa


Para os que não sabem o caril é uma mistura variada de especiarias moídas, nomeadamente gengibre, cárdamo, cominhos, pimenta, coentros, cravinho, canela, flor de noz-moscada, paprica, erva-príncipe, entre outras. Embora um produto proviniente da India, foram os ingleses que o inventaram.
A parte francesa da questão é o alho francês, que de França não tem nada. - "Tomara eles!" - Cultivado pelos egípcios e Hebreus, este vegetal da família da cebola, traz benefícios para a saúde, ajuda na prisão de ventre, na sinusite e na bronquite. Brevemente vou sugerir outra receita de uma entrada com alho francês muito fácil e rápida de fazer.

Passando à receita propriamente dita, quero divulgar o tipo de produtos e onde se podem encontrar, este, a meu ver, é um factor relevante.
O camarão foi comprado no Pingo Doce, já cozido e pronto a levar, custa apenas 9 euros o quilo e sinceramente é do melhor que já comi!
Uma embalagem Rajah - Barra de Coco - que é literalmente um "tijolo" de coco, que se raspa, a quantidade pretendida e é só dissolver na água. De grande duração, faz com que o possamos usar sem a preocupação do prazo depois de aberto. Experimentei também Patak's Original - é uma pasta de caril (suave ou hot), um produto que já é comercializado em Portugal e muito prático e saboroso.

O resto é fácil, faz-se um refugado de azeite e alho francês (cortado muito fininho), mistura-se o camarão, préviamente cozido e descascado, a água com o coco e em seguida a pasta de caril, deixar em lume brando uns 10 minutos. Para acompanhar sugiro arroz Basmati e um vinho tinto, Casa da Alorna de 2000, um vinho premiado com a meldalha de ouro no concurso
"Os melhores vinhos engarrafados do Ribatejo".
Mais uma dica, oiçam música enquanto cozinham, o ritmo
da música transporta-se para os nossos movimentos...
Desta vez, o álbum escolhido foi A DAY IN NEW YORK,
de Morelenbaum e Sakamoto.

Apreciem!

domingo, 28 de setembro de 2008

Espiral de prazer com salmão

Compra-se, pesca-se ou rouba-se um lombo de salmão fresco, ainda com pele e reserva-se no frigorífico, depois de salpicado com sumo de limão. Ferve-se a água que vai receber as espirais e junta-se sal a gosto. Enquanto isso, coloca-se uma frigideira no fogão que fica aquecer para depois receber o lombo de salmão que vai tostar levemente do lado que tem pele.
Como o salmão é o obeso dos peixes, a frigideira não leva nenhuma gordura, mas pode ser privilegiada com alguns cristais de sal que irão ajudar no processo de tostagem.
Numa outra frigideira pequena coloquem um "fiozinho" de azeite, alho picado, delícias do mar cortadas “grosso modo” e gambas sem casca. Deixem cozinhar, adicionem sal, orégãos, coentros frescos picados, grãos de pimenta e natas. Misturem tudo e juntem as espirais previamente cozidas.
Depois de tostarem o salmão, apenas do lado que tem a pele, retirem-no da frigideira e transfiram-no para o prato, com as espirais de delícias do mar e gambas. Guardem algum do molho resultante da miscelânea de espirais e despejem-no sobre o salmão.
Podem acompanhar com batata nova assada no forno, courguette grelhada ou cenouras bebé no forno. Um, ou vários, verde branco bem gelado também não vão nada mal!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

POLVO AVINHADO


Cozinhei este polvo do mesmo modo que o faço com coelho ou lebre. Tudo junto e muito tempo de cozedura para apurar bem o molho.
Num tacho grande, coloquei 2 cebolas médias picadas, 3 dentes de alho picados,
Azeite até cobrir o fundo do tacho, 1 folha de louro, uma colher de sopa de colorau, meio frasco de molho inglês (frasco dos pequenos), um pouco de molho de soja, noz-moscada, cravinho, pimenta e sal (fica à sensibilidade de cada um). Adicionei o polvo e meia garrafa de vinho tinto encorpado (nada desses vinhos de mesa em pacote que não têm cor nem grau nem aroma). Acrescentei ainda 2 cubos de caldo de carne e um raminho de salsa atado para mais tarde retirar. Deixei cozer até o molho e engrossar e polvo estar tenro.
À parte, cozi batatas pequenas inteiras e couve com sal, uma cebola inteira e um chouriço para dar aos legumes um sabor que ligue com o molho. Um pouco como nas couves do cozido à português que ficam bem mais saborosas se cozidas na água das carnes.
Para servir, em cada prato, uma cama de couve com 2 tentáculos em cima e batata ao lado. Reguei com o molho e terminei com um pouco de salsa picada.
Aqui a bebida deve mesmo ser a outra metade da garrafa e mais que houver.


quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Figos pá! Figos!


É tempo de figos e nesta altura lembro-me sempre da minha infância quando comia figos secos que a minha avó secava em grandes tabuleiros de madeira e os comíamos com amêndoa ou nozes. Acabei de fazer uma experiência com figos! É pena não ter registado o momento com uma foto mas vou tentar ilustrar o melhor possível.
Gostam de tâmaras com bacon? É parecido. Abri uns quantos figos a partir do rabo (cuidado com a censura), deixando as metades fixas pela ponta. O resultado é mais ou menos uns óculos de natação. Com o miolo virado para cima, coloquei uma talisca de bacon em cada metade e um pouco de parmesão em lascas (atenção que eu adoro a comida italiana e em particular da utilização do queijo como acabamento para muitos pratos). Levei ao forno com o grill e isto é importante porque o que se pretende é gratinar a parte superior e não assar o figo.
Posso assegurar que é uma óptima entrada e que tem o aspecto melhor do que eu.
Empratei esta iguaria da seguinte forma: prato branco enorme, com todos os figos abertos dispostos ao meio paralelamente, formando mais ou menos isto :::::::
A textura do interior do figo com o apontamento tostado do queijo e bacon é sem dúvida um regalo para a vista, perdoem-me a falta de humildade.
O contraste entre o doce e o salgado é perfeito.
Posso dizer que, ou é afrodisíaco ou então eu sou afinal mais bonito que este prato, isto porque, após partilhá-lo com a minha Maria, ainda hoje consigo chegar a casa depois das 4h da manhã, puxar o autoclismo com a porta aberta, acender a luz do quarto e ainda recebo o sorriso mais belo do meu mundo, o do amor da minha vida.

O que mais gostei neste prato foi sem dúvida o prazer que o meu amor e cobaia destas experiências manifestou.
O melhor de cozinhar é ter com quem o partilhar.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Jamie Oliver / Jaime Oliveira


Itália ou Portugal? É impossível ler este livro sem ficarmos com vontade de agarrar neste rapaz e traze-lo à nossa terrinha. O homem revela-se impressionado com a comida italiana chegando mesmo a afirmar que é a melhor do mundo. Aí é que a porca torce o rabo. A partir desse momento não consegui deixar de ser parcial quanto a tudo o que ele escreve neste libro. Mas por outro lado fiquei contente. Sei que afinal ele não sabe tudo e pior ainda, não conhece Portugal. Ou então é parvo.
Se é verdade que a cozinha italiana não se resume às massas e pizzas também é verdade que é muito menos diversificada quer em relação às soluções quer no respeita aos temperos e modos de confecção.
Jamie Oliver adorou as sopas do campo italianas. Sopas de massa com grão ou massa e feijão, por vezes com legumes. Não vi nenhuma em se cozam carnes para dar aquele sabor tão característico e rico que nós conhecemos. Sopa da pedra, sopa de peixe, sopa de cação ou a bela canja de galinha ficam para nós.
Eles também comem o bacalhau demolhado depois da salga mas no meio de tanta massa nunca vi nenhuma massada de bacalhau. E o bacalhau com mangusto ou à lagareiro, à Brás, Gomes de Sá ou Zé do Pipo? E a punheta de bacalhau? A sopinha de bacalhau com ovo escalfado. O simples bacalhau com todos ou com grão e ovo cozido. Meu Deus! Ainda faltam mais de 300 receitas. O tipo adora os queijos italianos. Por favor, alguém lhe ofereça um Queijo da Serra. Estou a pensar seriamente em enviar-lhe uns queijinhos secos de cabra ali da velhota do Cidral ou uns poucos queijos de azeite para ele ver como é elas lhe mordem.
Caldeirada, Cozido à Portuguesa, Cabrito no forno, ensopado de borrego, Galo de cabidela, Carne porco à Alentejana, etc, revela a enorme diversidade de pratos que nós temos.
Depois há o risotto. Sempre da mesma forma, na Itália é cozinhado com monotonia. Refogado de cebola, acrescenta-se o risotto a seco e deixa-se fritar um pouco até ficar translúcido. Depois a água ou caldo de legumes e quase no final o parmesão ralado em força. Embora por vezes lhe acrescentem legumes ou cogumelos, parece sempre um acompanhamento. Nós?! Arroz de peixe, marisco, lingueirão ou de polvo, empadão de arroz, arroz de cabidela, arroz doce e bolos de arroz.
A dieta mediterrânica é comum de facto. Azeite, tomate, alho, cebola, legumes e peixe.
Mas em 4 livros sobre comida italiana de diferentes autores este ainda assim é o mais completo. Das duas uma: ou não as fazem ou não se escreve sobre elas.

Addio.


PS: Se ele pode ser parcial e nem sequer é italino eu pelo menos sou português.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Maminhas no forno


Bom...antes de começar tudo depende do tamanho das maminhas.
Existem várias copas: AA, A, B, C ou D, naturais ou
com "fermento"! Mas tendo em conta a "nossa" sociedade,
duas para cada pessoa deve ser suficiente.
Começa-se por temperar as maminhas/peitos inteiros apenas
untando sensual e generosamente com vinha d'alho ou massa
de pimentão. (E nada de mariquices...isto é para ser feito
com as mãos). Basta que seja uma a duas horas antes... rega-se
ainda com um pouco de vinho branco e guarda-se no frigorifico.

Deitar num tabuleiro, cortar umas cebolas às rodelas finas
de forma a fazer uma cama bastante apetecível.
Pode-se ainda cortar uns alhos e saltear por cima da cebola...
regar tudo com azeite qb.

À parte, dar uma cozedura numas batadas de assar pequenas com
casca e tudo, depois de lavadinhas claro, com um pouco de sal.
Como aprendi com a minha mãezinha, espeta-se o garfo até
estarem meio cozidas..o resto será feito mais tarde no forno.

Deitam-se os peitos por cima da cebola e do alho, regam-se
com um fino fio de azeite, um pouco mais de vinho branco
e coloca-se um pequeno cubo da margarina por cima de cada um.
As batatas podem agora juntar-se em torno dos peitos.....
Leva-se tudo para a fornalha que já estava quentinha e aguarda-se.

Depois disto é dificil resistir a umas belas maminhas... no forno!

Bon apetit

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O pão nosso de cada dia.


Tenho pena do pão! Um alimento tão importante na nossa alimentação e cada vez mais negligenciado. Parece mesmo que tem sido amassado pelo Diabo.
O pão já teve os seus dias de glória e é curioso que o que outrora foi uma metáfora para o sinónimo de beleza parece ser agora o culpado de toda a obesidade. Frases como “Aquele gajo é um pão” ou “és um pãozinho sem sal” elevavam o pão a um modelo de comparação positivo.
Hoje temos a geração das bolachas e cereais com fibras, das barras de cereais, quando o nosso pãozinho é rico em fibras, sais minerais e hidratos de carbono de digestão lenta. O problema não é o pão mas sim o que se como com ele portanto... Não arranjem desculpas para os exageros.
Há coisa melhor que um pão quente com requeijão e uma chávena de café com leite, umas torradas com ovos mexidos e bacon ou um bom pão caseiro ribatejano a molhar no azeite? E um ensopado de borrego? E uns cubinhos de pão torrado na sopa de peixe? E umas tostinhas com queijo amanteigado? E as açordas, mangusto ou milhas? E um bom prego ou bifana no pão ou ainda o pãozinho com chouriço? O que seria das sardinhas sem o pão?
O vinho também teve os seus dias maus e agora está em alta. Hoje é “bem” beber vinho, sobretudo as mulheres. É sofisticado vejam bem.
Esperemos que o pão também venha a estar na moda e comecemos a ver as mamãs a mandar uma sandes ao filho para a escola em vez de bolicaos.

Deixo aqui uma piquena sugestão, muito portuguesa com certeza.
Já lhe ouvi chamar de tiborna e torricada mas eu prefiro chamar-lhe pão torrado esfregado com alho, regado com bom azeite e que pode ser acompanhado com umas lascas de bacalhau assado.
Muito bom.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Hoje há pipis.


Caramba! Parece impossível ainda não termos falado de pipis neste blog.
Não que isto é malta de respeito! Só se for quando estamos com o grão na asa.
Chego a ficar com pele de galinha só de pensar neste petisco. Tenho pena é que demore tanto tempo a fazer.
Para quem não tem ido aos treinos, os pipis são as moelas, fígado, coração, pescoço e até os pezinhos do frango, tudo cortadinho aos pedacinhos.
Bom! Fazer uns pipis no tacho é fácil mas tem o seu modo.
PRIMEIRO:
Não há cá panelas de pressão para ninguém! Por isso é que demora 2 horas ou mais mas fica mais apurado e com o molho espesso e assim é que é um molho dos pipis.
Aqui o truque é cozinhar em lume brando, o tempo que for preciso.
SEGUNDO:
Não é preciso refogados nenhuns! Isso apenas vai desperdiçar tempo as qualidades nutricionais e espessantes que a cebola tem. Colocam-se todos os ingredientes no tacho, de preferência de barro e apenas vamos mexendo atempadamente para não pegar.
TERCEIRO:
Bom pão para acompanhar.

E é assim:
Junta os pipis, um pouco de azeite, sal, pimenta e picante a gosto, cebola e alho picados, uma folha de louro, um pouco de colorau, 1 tomate bem maduro esmagado, vinho tinto (eu utilizo apenas cerveja, dentro e fora do tacho), 2 cubos de caldo de galinha, um raminho de salsa e meio pimento vermelho cortado em pequenos cubos para se desfazer totalmente.
O vinho ou a cerveja devem cobrir bem os pipis (censura) porque durante o tempo que se segue vão suar bastante e perder muitos líquidos (censura).
Controla o molho acrescentando água se estiver a ficar seco ou tira tampa lá para o final se ainda estiver muito aguado. Rectifica também o sal a meio da cozedura.
Quando as moelas (o que demora mais a cozer) estiverem tenrinhas e o molho bem apurado e grosso podes desligar.
Esta comida não tem hora marcada. Podes fazer num dia e comer no outro que ainda fica melhor. Portanto é bom para festas porque podes fazer com calma e antecedência.

Vá, vão lá chatear a Maria por causa dos pipis.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Que grande massada!

Não quero ser maçador, mas chegar a casa e não ter nada para jantar é uma grande maçada. Ir à horta fazer uma rápida recolha, pegar em restos de peixe, camarão com três dias e juntar-lhe massa cotovelo, daquele supermercado onde os clientes, maioritariamente de leste, tem que pagar os sacos, pode ser uma grande massada. E foi mesmo!
È muito simples. Basta ter no frigorífico apenas oito camarões cozidos e restos de pescada com três dias, ir à horta escolher coentros, um pimento verde e três tomates bem maduros. Picar os tomates pelados e o pimento verde, juntar ao refogado de alho e cebola, acrescentar água e o peixe, deixando ferver para juntar a massa cotovelo. Junta-se o camarão, o sal e picante a gosto e a tampa em cima do tacho quando se desliga o fogão. Deixa-se apurar, picam-se os coentros em cima do “entulho” e serve-se de imediato. Houuve quem dissesse que os camarões provavelmente estavam podres mas o tinto duriense não se queixou da companhia.
PS: Estou muito orgulhoso porque os meus tomates já são falados em toda a região.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Semi-frio à Jackson Pollock


Se cozinhar é uma arte isto pode ser um exemplo disso. Experimentei afixar na parede mas não tinha pregos e acabei por ver a minha família a lamber as paredes humilhantemente. É a chamada arte orgânica. Tão orgânica que acabas na retrete se fores guloso/a.
É um docinho de bolacha, natas e chocolate e faz-se assim:
Mergulha um pacote de bolachas Maria em café previamente mexido com um pau de canela e retira-as para uma travessa formando camadas alternadas de bolacha e natas batidas com açúcar a gosto. Guarda algumas natas para a cobertura.
Num púcaro derrete uma tablete de chocolate preto com um cubo de manteiga.
Faz uma cobertura com as restantes natas e diverte-te a pintar com o chocolate.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Pataniscas al Rosmaninho do Monte


O pai é Monte a mãe é Rosmaninho! Confuso?
Passo a explicar... ontem fui jantar a casa de uns amigos,
o motivo da visita: risada, conbibio, e a razão mais bonita
da noite... o Leonardo Rosmaninho do Monte, um bébé gorducho
lindo lindo! Vai dai, o Monte que é do Ribatejo mas diz que
é alentejano, faz umas pataniscas majestrais, soberbas aliás.
Um mimo! Tão boas, tão boas que ninguém ligou ao prato
confeccionado por mim, Massada de Camarão ao Alhinho. Chuif.
Fica para uma próxima! A conclusão chegada é simples e clara,
como uma bela taça de vinho branco fresquinho; não há nada
que seja tão bom como umas boas pataniscas, uma garrafa
de borba 2007 branco e uns bons amigos a acompanhar.

Receita da Patanisca_
1 posta de bacalhau em lascas
1 molho de salsa
1 colher de chá de fermento
1 colher de chá de cominhos
1 colher de chá de oregãos
1 cebola grande picada
2 dentes de alho picados
2 copos de água morna
2 chávenas de farinha

Mistura-se tudo, junta-se água e farinha até adquirir uma consistência adequada.
Frita-se a quantidade de colheres de sopa em óleo de girassol.

Depois digam qualquer coisinha!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Vai um cafezinho?


De facto o universo dos comes-e-bebes é tão grande como a barriga do meu sogro.
Falamos disto e daquilo para comer, da bebida como acompanhamento mas não nos podemos esquecer do final. O grande final de uma boa refeição, o cafezinho bem tirado.
Comprei uma máquina da Nespresso e aconselho vivamente. O sacana do café é mesmo bom, principalmente o de cápsula preta que é o mais intenso, para o meu gosto claro.
Gostava no entanto de deixar algumas indicações que aprendi com um cliente cuja a sua indústria se dedica à torrefacção e venda de cafés.
Em primeiríssimo lugar, NÃO AOS DESCAFEINADOS. São um veneno para a nossa saúde de ferro. Para o efeito, o café descafeinado é submetido a uma lavagem com subtâncias químicas que são muito piores que qualquer dose de cafeína e se não morremos do mal morremos da cura. Quanto ao café normal, importa também esclarecer que o café curto faz menos mal que o café cheio. Porquê? Basta pensar que o café cheio contém o curto mais o excedente para preencher a chávena. Isto para além de que, quanto mais água fazemos passar pelo café pior as substancias que dele são extraídas. Portanto, o cafezinho curto ainda assim é o menos mau.
Outro dado importante para quem compra sacos de café para a sua máquina é a Mescla. A Mescla é a mistura de café de torra natural (feita a lenha) e de café torrefacto (torrado com açucares). Quanto maior for a percentagem de torra natural melhor. Se encontrares sem Mescla, 100% torra natural aproveita, esse é melhor. No fundo é como os Whisky Blend ou os Vinhos de Mesa que ao contrário dos puros ou Vinhos de Quinta, são uma mistura de vários lotes, uns maus outros menos maus.

Por último, deixo uma piquena sugestão: Um bom café expresso e uma bola de gelado de baunilha ou natas à parte. Um golo de café, uma colher de gelado e assim por diante.
O contraste do quente/frio e o amor que o café tem pelas natas é FANTÁSTICO, como diria o meu amigo Mário.

Beijinho

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Agrião doce à Lagartinho


Esta especialidade pode despertar curiosidades aos mais cépticos.
O que é certo é que o agrião é um legume muito versátil…
Ou numa saladinha fria com alho e cebola, ou numa bela sopinha,
e porque não num bolo?!
O meu querido vizinho Rui Lagartinho, não só é óptimo vizinho,
um grande jornalista, mas também um homem dotado de poderes
sobrenaturais na cozinha, um verdadeiro eclético do avental
e da colher de pau. Foi num jantar no belo do terraço,
que o meu vizinho e amigo, nos presenteou com o famoso
bolo de agrião, de paladar requintado e nada difícil de fazer.

Então aqui vai a receita do dito_
1.5 Dl de óleo e 4 gemas (misturar), juntar ½ molho de agriões
e misturar com a varinha mágica. Adicionar 2 chávenas de açúcar
e 2 de farinha com uma pitada de fermento.
Envolver com 4 claras em castelo e levar ao forno pelo menos
25 minutos (espetar palito!!), no final polvilhar com açúcar.

Vejam o belo aspecto e deliciem-se!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Vinhos sem censura

É só para complementar o post em baixo.

Vinhos com censura.


Esta receita é para a estupidez.
Depois daquele inesquecível anúncio com mais de 10 anos ao shampoo “Fá” em que a menina saía do mar tal como veio ao mundo mas com mais frio, das fantásticas da TV Cabo ou do Phone-ix, ou mesmo até dos implantes da Manuela Moura Guedes, pensei que já tudo fosse possível.
Mas não! Ainda há censura e da boa.
Este anúncio da G Design, um gabinete de design especializado em rótulos para vinhos, foi impedido de ser publicado numa Revista do sector vinícola, segundo o argumento de que o público-alvo da revista são homens, muitos deles com alguma idade e poderia ferir susceptibilidades. Realmente estes criativos são mesmo burros! Fazer um anúncio com uma mulher atraente para uma revista lida por homens maioritariamente. Onde é que já se viu?
O que é certo é que os leitores foram privados de um miminho e a única coisa elegante e intensa, bem estruturada e com boa cor que vão poder ver são as notas de prova desta revista.
Por outro lado, o lado de trás, existe a possibilidade de esta ser uma revista de vinhos abertos para gays.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Rosé, um vinho filha da puta.


É Verão! É tempo de barrigadas de cerveja com caracóis, de barriganas de cerveja a transbordar pelo elástico dos calções, de unhas grandes em chinelos de enviar no dedo, esse dedo que só vê o sol na praia ou quando se lava o carro. É o tempo delas, as rainhas do nosso verão, sardinhas na brasa claro. E com elas um tipo de vinho que a mim me toca muito, especialmente quando tem 13º vol. ou mais. Falo do Vinho Rose.
O vinho rose quanto a mim é o “Vinho do Verão”. Não é pesado como um tinto nem difícil de acertar como nos brancos. No entanto tem características esbatidas de um tinto e a fruta e frescura de um branco. Bebe-se fresco e como é um híbrido, vai com carne e peixe. No fundo um vinho de alterne portanto cuidado, não lhe chamem Vinho da Casa.
Não quero deixar aqui nenhuma sugestão de marcas, ou pensando melhor, talvez uma pequena dica: MATEUS ROSÉ NÃO.

Já agora, para aproveitar o resto da folha, deixo-vos uma “Cauda de Galo” feita com vinho rose. Sangria de Rose.

Num jarro com muito gelo, coloca 1 parte de rose e outra igual de sumo de laranja gaseificado. Acrescenta frutas a gosto em pedaços (o pêssego dá-lhe um toque excelente na minha opinião), um pau de canela, folhas de hortelã, mexe com uma colher de pau e pronto.
Posso afirmar que já fiz muitos e muitos litros de sangria nos meus tempos de barman e cada vez simplifico mais as coisas. Existe muito aquele estigma de que é preciso isto e aquilo, que tem de ser daquela maneira mas não, isso não é verdade. Se o vinho for mau, aí sim, é preciso disfarçar o seu sabor. Quando o vinho é bom, é só desdobrá-lo com sumo e dar-lhe aromas a frutas e hortelã. Mai nada!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

As "Gran Pavesi Olive"


Qual nome pomposo, derivado da culinária italiana!
Procurei, pesquisei e infelizmente Pavesi não se remete
a ninguém famoso; mas sim uma marca comercializada
pela Dan Cake que inventou esta combinação
entre a bolacha fina salgada e azeitonas verdes e pretas.
Fui encontrá-las, num canto de uma prateleira,
no Pingo Doce, só mesmo para olhares atentos.
Aproveito para salutar a agência responsável
da nova imagem da marca Pingo Doce,
cujo lema é "Sabe bem, Pagar tão Pouco",
se bem que saberia melhor pagar ainda menos!
Voltando às ditas, são boas que se fartam
e ligeiramente viciantes... crocantes, leves
e com o tal travo a azeitona, cada embalagem
contém 8 pacotes individuas de 31g.
Sozinhas ou bem acompanhadas fazem a delicia
de qualquer buffet! Para comer tal como é suposto,
onde gostamos e quando queremos. "Dove voui, quando vuoi"

* Um pormenor importante, enquanto escrevo oiço
"American IV: The Man Comes Around", lançado em 2002
onde Johnny Cash assina uma interpretação única,
uma das mais inesquecíveis de sempre.

Boas degustações!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Vermelho, vermelhinho, vermelhão


Trata-se de uma sobremesa e não de um jogo de Futebol ou pessoa avantajada aos berros! Simples, rápida, mas fatalmente saborosa... Depois de um jantar leve, nada como uns morangos regados com sumo de limão, e acompanhados por uns belos quadrados de chocolate negro. (74% de cacau, pelo menos). E, tudo isto caros amigos... é muito importante para o nosso paladar e até para a nossa saúde, o chocolate negro é altamente benéfico para pessoas do grupo sanguíneo A-.

Foi nas Amoreiras, na Cacao Sampaka, que encontrei o chocolate ideal para este mimo, o chocolate de S. Tomé . A filosofia da loja Cacao Sampaka é simples, controlar todo o processo, desde a selecção dos grãos de cacau até ao consumidor. Tem mais de 64 variedades de bombons, tabletes, tentações, compotas, cremes de barrar, gelados, produtos sazonais e acessórios complementares como livros, utensílios ou vinhos.
Delicioso e no mínimo tentador.

Bom apetite

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O dilema do mexilhão


“Quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão.” Mas quem o manda viver nas rochas? Que dizer de um bicho cujos principais predadores são a estrela-do-mar e o homem – um animal sem cérebro e outro que tem dificuldade em usá-lo?
O mexilhão é um molusco bivalve que vive no dilema das rochas: umas vezes tem água para filtrar e alimentar-se, outras nem por isso. Tal como o meu dilema em comprá-lo para o cozinhar. É que um quilo de mexilhões custa apenas cerca de dois euros. Em termos absolutos é o molusco mais barato do mercado. E se lhe chamarem marisco, é o “marisco” mais barato do mercado a seguir aos tremoços. Mas por outro lado, são conchas muito grandes para bichos muitas vezes muito pequenos. É verdade que são deliciosos e sabem a mar. Mas por outro lado, dão um trabalhão enorme a preparar.
Quando faço compras e sei que tenho tempo para os lavar compro um quilo para fazer de entrada ou de petisco. A lavagem é morosa e aconselha-se uma escova forte, uma faca e água corrente (não é aconselhável ficarem mergulhados em água porque perdem sabor). O mexilhão não é muito inteligente, mas é um “coração grande” pronto a deixar que outros bichos habitem nas suas conchas. É preciso limpar e lavar um a um, tirando a maioria dos bichos mais a lama, os limos e as suas famosas barbas que gosta de manter de molho. Não aconselho a arrancá-las por esticão, porque alguns deles estão demasiado “apegados” a elas (eu compreendo perfeitamente apesar de ter pouca) e podem muito bem sair disparados atrás delas partindo a casca. Ou as tiro com jeitinho ou opto por cortá-las com uma tesoura.
Depois de lavados, o caso muda de figura. São uma excelente ajuda para um jantar mais cuidado e um brilharete como entrada.
Gosto deles numa generosa cebolada com molho de tomate. Antes de começar a preparar o resto do jantar ponho a panela ao lume. Começo pelo refogado: azeite, cebola, alho e sal. Junto pimentos vermelhos e quando estiver tudo murcho, junto polpa de tomate, vinho branco e picante. Mais tarde acrescento as ervas que tiver, de preferência, frescas.
Enquanto a molhanga apura vou fazer o resto do jantar. De vez em quando dou uma olhadela, mexo com cobiça e continuo a fazer o jantar. Cinco minutos antes de servir, passo os mexilhões pela panela – o objectivo é só que abram e antes que dêem o último grito, tiro tudo e sirvo numa travessa.
O último dilema: dedicamo-nos a comer os bichos ou a molhar o pão? Seja como for, se sobrar molho pode guardar-se para comer frio com pão ou com tiras de milho. Dá trabalho, mas compensa. E quem se lixa é sempre o mexilhão.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Perna de perúa winehouse


Jantei tarde. Fui ao congelador e encontrei uma boa perna de perúa. Meti-a no microondas a descongelar e na televisão meti o concerto do Rock in Rio da Amy Winehouse. Confesso que eu próprio só ia ao RiR se estivesse bêbado e sem voz de tanto gritar no, no, no.
Para um recipiente cortei um caldo de galinha, três dentes de alho picados, uma folha de louro, pimentão doce, sal, pimenta, ervas de provence e três pés de poejo. Reguei com sumo de limão e esmaguei tudo.
Apesar de até gostar dela, retralhei as pernas todas à perúa. Talvez arrependido, untei-lhe todos os golpes com o cocktail que tinha preparado. Polvilhei com mais ervas de provence, coloquei-lhe gentilmente a perna num papelote e levei ao forno. Pús-me a ver o concerto e a rir. O concerto acabou e, ainda a rir, fui ao forno abrir o papelote. A perna da perúa já estava pálida e por isso ofereci-lhe algum ananáz cortado em pedaços grandes e rebentos de bambú. Deixei tudo no forno.
De vez em quando ia ver como estava a coisa e regava-a com as próprias lágrimas.
Finalmente tirei do forno, com cuidado para não cair, mas sem evitar este resultado estranho.
Depois servi-me. Com vinho da casa, claro.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Pêra Bêbeda


Se o vinho é o acompanhamento por excelência da comida em geral também é verdade que tem um papel muito importante na própria confecção de muitos pratos.
Diz-se que devemos cozinhar os alimentos com o vinho que vamos beber e por vezes isso é verdade. Uma cabidela cuja carne marinou num bom vinho, terá certamente mais para oferecer do que marinada num vinho incipiente.
Deixo aqui uma pequena sugestão para uma sobremesa onde o vinho assume um papel preponderante:
Pêra Bêbeda.

Descasca as pêras e num tacho cobre-as com bom vinho tinto, 4 colheres de sopa de açúcar louro e um pau de canela. Leva ao lume até o molho reduzir e engrossar.
Deixa arrefecer e serve com uma bola de gelado de natas com chocolate e vais ver o que é bom…

terça-feira, 13 de maio de 2008

Jomafel

Sempre existiram preconceitos em relação à fast food, mas eu tenho ideia que este tipo de comida está para a gastronomia como a pornografia para o cinema, ou seja, todos gostam mas ninguém assume.
Tal como em tudo na vida há sempre o bom o mau e, em alguns casos, o vilão. Na política existem os políticos bons e o Sócrates, na pornografia há as más actrizes e a Cicciolina, e há a má fast food e a Jomafel. O vilão, em alguns casos, é a ASAE!
Sou da opinião que existem dois tipos de fast food. A que é elaborada de forma rápida, como diria o meu avô, “mal e porcamente”, e a que é feita para ser comida rapidamente mas confeccionada com tempo e carinho, como diria o João Carlos Silva na “Roça com os tachos”. É aí que reside a diferença.
A primeira é de má qualidade e está associada aos hambúrgueres, cachorros e derivados. A segunda é à “portuga” e os menus são compostos por sopas, bifanas, pregos, sandes de ovo, panados, chamuças e por aí fora. È neste mar de escolhas que se destaca a Jomafel, uma padaria/snackbar/pastelaria que abre ás cinco da manhã e fecha por volta das nove da noite, ali para os lados da Benedita, no IC2, outrora Nacional1, mais concretamente no km84 (Casal Carvalho).
Este espaço único serve todo o tipo de iguarias do fast food português, incluindo mini-pratos gigantes de arroz de cabidela, vitela no forno, sopa de peixe, sopa de pedra, pizzas, pastelaria fina e todos os tipo de pão, entre os quais: Pão com chouriço, pão com bacalhau, pão com toucinho, pão com bacon, pão de água, pão regional e muitos mais.
È importante destacar os pastéis de castanha, as natas da Benedita e todos os pregos de vaca, mimados com carne certificada de alta qualidade. Enfatizo o prego à Jomafel em casca. Não me perguntem o que é! Memorizem o nome a peçam. Vão ver que não se arrependem de sentir no palato a textura da carne, ligeiramente apaladada de alho, bacon e casca torrada. Acompanhem com uma mini, um sumol ou um "cortigripe" e rematem com uma nata da Benedita e um pastel de castanha. Café é opção.
Este antro, que já muitas vezes serviu de mote para a conversa sobre a temática do franshing de comida portuguesa com o meu camarada Rolo, já merecia esta referência até porque nem sequer recorre ao outsourcing, produzindo tudo nas suas instalações.
Basta acrescentar que pode visitar a Jomafel em www.jomafel.com, mas não se deixem enganar porque o site não faz jus à qualidade da casa.
Para terminar uma referencia ao curioso sistema de comunicação em que os clientes vão sendo informados, qual aeroporto ou estação de expressos, dos horários a que vão sair... os pasteis, o pão ou qualquer outro produto.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Cabeça de Toiro


O vinho Cabeça de Toiro Reserva Tinto, Ribatejo DOC é de caras um bom vinho. Tem muito por onde pegar. Marca emblemática nos vinhos do Ribatejo é a cada colheita lançada uma óptima investida.
Após alguns anos em cativeiro, este Reserva 2005 regressa à nossa praça em grande força e com uma nova roupagem.
Produzido a partir das castas Castelão e Touriga Nacional, este vinho tem na sua estrutura características para guardar e evoluir ainda mais.
Tem 13,5% de álcool por isso cuidado, não marrem muito com ele.

Deixo-vos a nova imagem deste vinho que irá estar no mercado muito em breve para que o procurem num restaurante perto de si.

Bons Vinhos.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Homenagem à Criadora.


Se hoje sei alguma coisa de culinária, isso deve-se em grande parte à minha mamã. Ensinou-me muito do seu saber e vários truques imperativos para a correcta confecção de alguns pratos. Mas sobretudo, cultivou em mim e nos mês irmões, o gosto e respeito pela comida, esse prazer da vida por tantos negligenciado. Mesmo depois de um dia de trabalho árduo na sua cozinha de profissão, reservou-nos sempre alguma energia para forrar a mesa de jantar com tudo menos qualquer coisa.
Ainda hoje, procuro nas suas páginas, recursos que parecem inesgotáveis.
Tenho de admitir que o telemóvel é útil em alguns casos.
Mas isto não é uma homenagem lamechas! Não tinha piada nenhuma!
Quero aqui nesta sala, revelar a minha gratidão de facto, mas também mostrar como nunca é tarde para retribuir estas dádivas das mais variadas formas. E sublinho variadas!
Como não pretendo ensinar a missa ao padre, resolvi oferecer à minha mãe algo diferente. Uma vez que ela gosta e muito de música ofereci-lhe um curso de bateria.
No fundo, estou a trocar a sua cozinha, tachos e tabuleiros que tantas vezes me emprestou pela minha adega e pela minha bateria. O conhecimento que tenho para lhe oferecer é que não me parece justo de facto. Mas este curso é de iniciação o que equivale na prática a uns ovos mexidos ou um arroz branco.
Para um cabrito no forno ou um bacalhau com natas (grau avançado), pois então já estamos a falar de Double Paradiddle, Double Stroke Roll e ritmos sincopados.

Votos de sabores percutidos.


quarta-feira, 30 de abril de 2008

Vinho a copo


De facto, é verdade que não soubemos aproveitar a nossa história.
Descobrimos os índios americanos e nem por isso damos nomes tão característicos aos nossos filhos como por exemplo “Filho de Um Bêbado”.
Descobrimos o Brasil e nem nos dentes usamos o fio dental.
Descobrimos a Índia mas não conheço nenhum prato português com caril.
E inventámos o conceito de vinho a copo ao balcão mas no entanto parece que ainda existe alguma resistência em assumir-mos essa nossa tradição.
Hoje, nos lugares fashion, fica bem o consumo de vinho a copo mas fora desse contexto o preconceito persiste.
Alguns dizem ser pelo formato dos copos. Nam...
E foi a pensar nisso, julgo eu, que alguém muito inteligente e muito português com certeza, inventou este objecto onde um dos pilares do Design, a relação forma/função, está bem presente. Kitsch? Talvez. O que importa é que agora já podemos beber vinho a copo em qualquer sítio sem passar vergonha.


Um Brinde.

terça-feira, 22 de abril de 2008

A segunda caixinha mágica.

Depois da TV surge outra grande ideia em formato Box. Não é da TV Cabo nem tem comando à distância mas podemos sempre pedir a alguém para pressionar o botão enquanto ficamos recostados numa cadeira à beira da churrasqueira.
Falo do Bag in box ou se preferirem saco na caixa. Sem dúvida uma óptima forma de acondicionar o vinho.
É quase um laptop. Podemos movimentá-lo de mesa em mesa ou guardá-lo na mala do carro. Se for de linha branca até pode ficar no frigorífico.
Estas caixinhas estão disponíveis em capacidades de 2, 3, 5, 10 e 20 megas , sendo que estas ultimas são mais indicadas para trabalhos de grupo.
Esta magnífica criação utiliza um hardware inovador que mantém intacta na memória toda informação sobre o seu conteúdo por mais de 1 semana. Depois, tal como as baterias, se não as deixarmos descarregar totalmente, ficam viciadas, sem potencialidades e teremos que as substituir.

A sério! Aconselho vivamente o uso de alguns destes produtos. Já temos óptimos vinhos acondicionados nestas embalagens, inclusivamente marcas regionais e geralmente a preços simpáticos. E não precisa de saca-rolhas.

Abraços vínicos.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Herdade dos Grous.


Prometi a mim mesmo que não falava sobre vinhos de elite mas perdoem-me excepção. É que este vinho é mesmo de excepção.
Bebi 2 garrafas num restaurante ao jantar com um amigo e bebíamos mais se houvesse tempo na carteira. Entretanto consegui descolar 1 caixinha de 6 ao dono do restaurante a preço de custo e enfim...
Quando eu disser que é um vinho alentejano ficam já todos de olhos bem abertos. Mas atenção!... É preciso fechar os olhos ao preço.
É coisa para custar entre 20 a 25€ a garrafa no restaurante. Na loja, apenas 10€. E digo lojas porque não existe nos supermercados mas sim no Corte Inglês, enotecas e clubes.
É um rico vinho, de gente rica e para gente rica, mas como nós somos provocadores, vamos furar esse elitismo e vamos consumindo algumas garrafitas sem que eles notem.

Sobre o vinho em si, nem me atrevo a tentar descreve-lo. É mesmo, mas mesmo muito bom.
Bem formado, este nosso amigo tirou ainda um estágio prolongado nas melhores madeiras.
É fácil de beber mas tem muito para se descobrir. Apetece conversar com ele mas sobretudo deixá-lo revelar-se. Não o interrompam quando ele se desdobra em argumentos profundos. É um vinho amigo e deve ser bem tratado. Não o levem para más companhias nem para temperaturas baixas. O nosso companheiro prefere carnes vermelhas, assados no forno e queijos intensos.

Região: Alentejo DOC
Ano de colheita: 2006
Castas: Alfrocheiro, Aragonez, Trincadeira Preta, Alicante Bouchet, Syrah, Touriga Nacional e Aragonês
Temperatura de consumo: 18º C
Teor alcoólico: 13,5% vol.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Um espumante conquistador.


De regresso à Adega Cooperativa do Cadaval e à gama Confraria, trago agora uma sugestão para um espumante bruto, quanto a mim muito bom e que, apesar de bruto, tem tratado muito bem as minhas papilas.
Como eu não gosto de bebidas doces, confesso que espumantes doces, a meu ver e beber, são como morangos com açúcar. Ou comemos morangos bons e ao natural ou não os comemos de todo.
Este Bruto Reserva, foi produzido a partir da casta Arinto e tem a particularidade de pertencer a uma região DOC que muitos desconhecem. É um vinho DOC Óbidos mas não é preciso nenhuma batalha para se deixar conquistar por este guerreiro.
É um vinho bastante intenso e com um gasoso batalhante, talvez até um pouco demais.
Foi produzido segundo o Método Champenoise ou Tradicional, tal como acontece com o Champagne e que consiste em provocar uma segunda fermentação em garrafa, facto que melhora substancialmente a qualidade dos espumantes.
É um pouco como os Whiskys Puro Malte que, quantas mais vezes são destilados, melhores se revelam. Alguns são destilados 3 ou mesmo 4 vezes, tudo em prol da qualidade, inversamente proporcional à quantidade e ao preço naturalmente.
Não sei o preço deste Confraria porque ainda não paguei nenhuma das garrafas que me ofereceram. Nem me interessa, para já.
Este vinho gosta de leitão assado, peixe grelhado e claro, marisco. E gosta do frio também.
Mas cuidado! Este vinho trepa, não às muralhas do castelo mas ao encéfalo mais próximo.
E para quem tem o rei na barriga, cautela se não quer ver a cabeça na guilhotina.


Bons vinhos!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Peixe em Lisboa



Sessões de cozinha ao vivo, aulas com o chefe, cursos culinários, tertúlias e harmonizações com vinho.
Entre 5 e 13 de Abril, conheça os grandes nomes da cozinha e os melhores restaurantes de Lisboa num evento com mais de 50 acções programadas. »»

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Blogando de água na boca

Não sei se gosto de funcho. Mas o Funcho estufado com azeitonas pretas do Elvira’s Bistrot tem muito bom aspecto

O mesmo para a Sopa agridoce de wantans

Gosta da ideia de Bolos de Caneca no Microondas do Experiências na Cozinha. Sou capaz de começar a fazer bolos.

E nem de propósito, hoje cá em casa pediram-me para aprender a fazer bola . Torci o nariz. Mas depois de ver a Bola de carnes do Experiências na Cozinha, estou tentado a tentar…

E brevemente vou fazer o Consommé de Pato do Cozinha com Tomates.

A Alheira com ovo e salsa é entrada cá de casa antiga mas nunca me tinha lembrado de servir em fatias de pão torrado. Esta do Cinco Quartos de Laranja ficou com muito bom aspecto.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Um branco muito leve.


Desculpem a ausência mas tenho estado como o forno do meu fogão, em lume brando.
Ainda no Domingo de Páscoa demorei 3 horas a assar um cabrito. Mas ficou bom!
Não tenho cozinhado nada de especial. Tenho mais passado pelas brasas.
Por este motivo e não só, vou por de parte as receitas e sempre que regressar a esta casa será para falar sobre vinhos. Tema que aliás tem estado em estágio há já demasiado tempo e precisa ser aberto para deixar respirar e libertar essências e odores.
Não serão textos poéticos nem organolépticos mas antes sugestões minhas porque...
Porque me apetece e posso!
Nada de vinhos famosos que esses já têm lugar marcado na fila da frente.
Pretendo falar de vinhos pouco ou nada conhecidos como a minha água-pé por exemplo.

Para começar vou falar-vos de uma adega que felizmente para nós consumidores não tem grande expressão no mercado nacional dos vinhos e que talvez por isso ainda tem grandes vinhos e aguardentes, tudo a preços finíssimos como o fiambre deve ser.
Trata-se da Adega Cooperativa do Cadaval e o vinho para este postal é o Confraria, Branco Leve.
Se há rótulos que não mentem, este é um deles. O vinho é mesmo leve. É feito a partir da casta Moscatel, o que lhe dá uma boca muito macia em detrimento da acidez que caracteriza muitos dos brancos.
A fruta está lá e isso nota-se não apenas no sabor mas muito no aroma.
Já deu para perceber que é um vinho da zona do Cadaval e é nessa zona que se encontra particularmente.
Deve beber-se bem fresco com comidas leves tipo algodão doce.
Na verdade, tanto acompanha peixes e aves como a francesinha aqui em baixo por exemplo.

Bons vinhos!

segunda-feira, 24 de março de 2008

Francesinha à Taveiro

Matéria-prima: Pão de forma, filete afiambrado, queijo flamengo, salsicha fresca, bife de porco, chourição, ovo e molho de francesinha.

Ferramentas: Wok e tacho.

Execução: Prepara-se o molho da francesinha. Bate-se o bife e grelha-se. Grelham-se as salsichas frescas e depois cortam-se ao meio, verticalmente e horizontalmente. Estrelam-se os ovos, mal passados. Reserva-se tudo isto.
Num prato raso dispõem-se os restantes componentes pela seguinte ordem:
1 fatia de pão de forma; 1 fatia de queijo flamengo; 2 fatias de filete afiambrado; 1 fatia de queijo flamengo; bife grelhado; 1 fatia de queijo flamengo; salsicha fresca grelhada; 1 fatia de queijo flamengo; 2 fatias de chourição; 1 fatia de queijo flamengo; 1 fatia de pão de forma; ovo estrelado; 4 fatias de queijo flamengo.
Depois de terminada a fase de engenharia, ferve-se o molho para depois ser despejado sobre toda a “construção vertical”.

Estrutura: Batata frita

Complementos: Cerveja, vinho tinto, branco, verde ou rose a gosto.

Mão-de-obra: Grau de dificuldade baixo.

Prazo de execução: Vinte minutos.

Orçamento: Baixo

Higiene e segurança: O molho tem que ser sempre picante, independentemente do gosto de cada um.
Servir assim que estiver pronto.
Envolver sempre, o que vai agarrado ao garfo, no molho.
Esfregar bem as batatas fritas no molho.
Sempre que for necessário, adicionar mais molho à “construção vertical”.

Normas: O molho tem que estar muito quente quando despejado em cima do queijo no topo da “construção vertical”.
Segundo as directivas comunitárias (da comunidade do Taveiro) é obrigatório que a cobertura de queijo colocada no topo, derreta quando despejado o molho e escorra, qual cera de vela acesa, por toda a “construção vertical”.
O ovo estrelado tem que estar mal passado, para que depois, e em contacto com o molho bem quente, fique no ponto, para ser rasgado, misturando a gema mal passada com o restante molho.
Acompanhar com amigos.

Nota: Do molho falamos noutra oportunidade!

sexta-feira, 14 de março de 2008

"Cuzinha" de "homorista"

Uma receita de Herman José n'Os Incorrigíveis (de que ele se despediu esta semana) de 14 de Fevereiro a propósito do dia dos namorados. Já que pouco serve como humorista, pelo menos que sirva na cozinha... Peito de perú com cogumelos.
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