domingo, 11 de julho de 2010

Ypióca


Todos sabem que existe uma palavra portuguesa que não tem tradução literal em nenhuma língua. Hoje essa palavra não me saiu da cabeça. Tenho saudades de vinho, favas, chispe, mão de vaca, peixe frito, caracóis, da cabidela do Rolo, dos queijos frescos que a minha avó fazia, da Pamela Anderson a correr na praia, mas, do que eu tive mesmo muitas saudades foi da velha e anafadinha Ypióca.

Hoje, o cafézinho que tomo diariamente junto à churrasqueira - enquanto mando umas bocas ao Pipas e à Mariana - estava a pedir-me mais qualquer coisa. Seria a minha ginja? Uma aguardente velha de vinho verde? Não. Nada disso! O que esse café malandro queria era uma Ypióca.

É bem verdade que uma boa voz-off nos transmite emoções mas também podem ser muito chatas. No meu caso, tenho o privilégio de privar com uma voz-off que, para além de não fazer anúncios irritantes a supermercados, optando por fazer apenas alguns comentários chave, quase sempre no timming certo e pertinentes que baste, tem o dom de aparecer, qual nossa senhora das cachaças, com umas garrafas de Ypióca velha.

É à mulher que está por detrás da voz que devo agradecer as últimas garrafas de Ypióca que me passaram pela goela. Mas, como diz a sabedoria popular, por detrás de uma grande mulher está sempre um grande homem e, o homem que umas vezes está atrás, outras de lado e outras não quero saber....dizia eu que esse homem é que fez com que a velha e anafadinha Ypióca me passasse pelos queixos pela primeira vez.

Se quiserem saber mais sobre a velha e anafadinha Ypióca, dirijam-se à voz-off mais próxima e deixem a Ypióca entrar no vosso organismo.

1 comentário:

voz-off disse...

Põe-te lá bom, quando menos esperares ofereço-te uma garrafinha, só pra te matar o desejo.

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